O Ministério Público Federal protocolou nesta sexta-feira na Justiça Federal de Brasília uma ação civil pública por supostos atos de improbidade administrativa contra o deputado José Dirceu (PT-SP), seu filho José Carlos Becker, o Zeca Dirceu, e Waldomiro Diniz da Silva, ex-chefe da Subchefia de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. Os procuradores da República Luciano Rolim, Michele Rangel de Barros, Anna Carolina Resende de Azevedo e Eliana Pires Rocha assinam a ação.
A investigação na Procuradoria da República no Distrito Federal iniciou-se em 27 de abril de 2004 e teve por objetivo identificar o suposto favorecimento da Casa Civil ao filho do então ministro da Casa Civil durante o ano de 2003 e início de 2004. Na ação, os procuradores afirmam que comprovaram que Dirceu montou dentro da Casa Civil uma estrutura destinada a favorecer seu filho na obtenção de recursos federais destinados aos projetos de saneamento básico, melhoria sanitária e de programas para geração de renda que envolviam municípios do noroeste paranaense, base eleitoral de Zeca Dirceu. Segundo o MP, toda essa atuação dentro da Casa Civil teria sido montada para alcançar o projeto político de eleger Zeca prefeito de Cruzeiro do Oeste (PR).
O MP sustenta na ação que servidores da Casa Civil fizeram pressão para apressar a tramitação das emendas. Com isso, alguns convênios para liberação dos recursos teriam sido assinados antes mesmo da apresentação do detalhamento dos projetos. As emendas apresentadas ao longo de 2003 somam R$ 1,431 milhão. Eram verbas destinadas a projetos de saneamento básico e de geração de renda, entre outros projetos sociais.
Zeca Dirceu acusou o procurador da República Luciano Gomes Rolim de processá-lo com fins políticos. Em nota, afirmou ter estranhado o fato de a investigação ter durado mais de dois anos e disse que ficou claro o objetivo de relacionar os fatos à crise política nacional.
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