O Ministério Público de São Paulo estuda a possibilidade de ouvir o ex-secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, sobre o episódio em que a advogada Iracema Vasciaveo, o corregedor da secretaria de Administração Penitenciária, Antonio Ruiz Lopes e o delegado José Luiz Ramos Cavalcante visitaram oito presos, entre eles Marcos Camacho, o Marcola, no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. Depois da visita, as rebeliões em presídios e os atentados no estado de São Paulo cessaram quase que simultaneamente.Os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) querem saber se houve acordo entre o governo do estado e os líderes do crime organizado. Eles foram levados a Presidente Bernardes num avião do governo paulista. Nesta terça-feira, representantes do Ministério Público ouviram os três em São Paulo. O comandante da PM em Presidente Prudente, coronel Aílton Araújo Brandão, que também foi ao presídio, já tinha sido ouvido.
Embora trabalhe para detentos e suas famílias, a advogada Iracema não representava os oito presos visitados.
A presença dela em Presidente Bernardes, onde impera o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) foi irregular. Segundo o RDD, os presos só podem receber visitas seis dias depois dos presos chegarem ao regime, o que não era o caso de Marcola, quer tinha acabado de chegar ao presídio. Além de permitir a entrada irregular de Iracema, o governo cedeu um avião para a viagem.
- Minha única incumbência era ir até onde os presos estavam - disse a advogada.
De acordo com a versão oficial, Iracema foi levada ao presídio para averiguar as condições dos presos.
Segundo Iracema, ela foi procurada para ir a Presidente Bernardes por pertencer a uma ONG que presta a assessoria a familiares de detentos. Os parentes disseram que havia boatos de que os presos tinham sido espancados.
- As mulheres achavam que os maridos tinham sido desfigurados, mas todos disseram que estavam sendo bem-tratados - disse Iracema.
A advogada nega que trabalhe para quadrilhas, mas disse que seus clientes são detentos.
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