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O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais ofereceu denúncia nesta quarta-feira (17) contra Marcos Valério por sonegação fiscal. O montante seria de R$ 1,7 milhão que, com juros e multa, chegaria a R$ 5 milhões. Segundo a denúncia, não teria sido comprovada a origem de recursos movimentados em oito contas bancárias.

Ele está preso desde 10 de outubro em razão da Operação Avalanche por suspeita de ter intermediado uma negociação para corromper policiais federais e favorecer uma cervejaria. A empresa negou relação com Valério. De acordo com informações do MPF, ele e a esposa teriam omitido informações e prestado declarações falsas à Receita Federal na declaração do Imposto de Renda dos anos-calendário de 2001 e 2002. Em 2005, eles teriam retificado as declarações, mas os vícios teriam persistido.

O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, disse que teve conhecimento da denúncia por meio da nota divulgada pelo MPF e que só irá se pronunciar quando seu cliente for notificado pela Justiça.

O Ministério Público informa que os procedimentos administrativos fiscais estão encerrados e foram encaminhados à Procuradoria da Fazenda Nacional para cobrança do débito.

Mensalão mineiro

Esta foi a terceira denúncia em menos de um mês. No fim de novembro, Marcos Valério e outras 26 pessoas foram denunciadas em razão do mensalão mineiro.

O esquema teria ocorrido em 1998 para beneficiar a candidatura ao governo de Minas do atual senador Eduardo Azeredo (PSDB). O senador foi denunciado em novembro do ano passado pelo Procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do foro privilegiado.

O mensalão mineiro teria sido repetido por Valério em âmbito nacional no episódio que ficou conhecido como mensalão, em que parlamentares da base aliada recebiam para votar projetos de interesse do governo. Ele é réu no Supremo pelo caso do mensalão.

Os dois esquemas tinham o mesmo objetivo, segundo o MPF mineiro: obter recursos que não seriam contabilizados e superfaturar contratos de publicidade do Executivo. Em Minas, teriam sido desviados mais de R$ 3 milhões dos cofres públicos.

Valério também foi acusado de ter corrompido um juiz eleitoral para favorecer Azeredo durante a mesma campanha. Segundo o MPF, as denúncias foram apresentadas à 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte e os acusados, se condenados, podem pegar até 30 anos de prisão.

Também sobre este caso, o advogado que defende Marcos Valério disse que ainda não tomou conhecimento da denúncia e que, portanto, não poderia comentar o fato.

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