Os dois pilotos do jato Legacy e quatro controladores de vôo foram denunciados pelo procurador da República Thiago Lemos de Andrade à Justiça Federal de Mato Grosso, nesta sexta-feira (25).
Eles são considerados responsáveis pelo acidente que provocou a queda do Boeing da Gol, no dia 29 de setembro de 2006, em Mato Grosso. As 154 pessoas que estavam a bordo do avião morreram. O Legacy e Boeing se chocaram no ar. O Legacy conseguiu pousar na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Sul do Pará.
Para o MPF, a imprudência e negligência dos quatro controladores de vôo e dos pilotos norte-americanos Joe Lepore e Jan Paladino justificaram a denúncia (acusação formal) contra eles. Lemos entendeu que os seis teriam provocado o choque das duas aeronaves em pleno vôo.
O procurador da Justiça Militar Giovanni Rattacaso disse que o caso deve seguir mesmo na Justiça comum. "Assim que receber a denúncia, vou fazer a análise de conflito positivo de competência. Preliminarmente, posso dizer que entendo não ser necessário trazer o caso para a esfera militar."
Indiciamento
Antes de retornarem aos Estados Unidos, em 8 de dezembro, Lepore e Paladino já haviam sido indiciados pela Polícia Federal por "exporem a perigo embarcação ou aeronave", na modalidade culposa (sem intenção). Se forem condenados pelo crime, os dois estarão sujeitos a pena de quatro a oito anos de reclusão.
Apesar de o indiciamento dos pilotos ter sido feito no fim do ano passado, só no dia 7 de maio é que a PF concluiu as investigações. Em relatório de 41 páginas, o delegado federal Renato Sayão manteve a decisão de responsabilizar os pilotos americanos pelo acidente.
O advogado Theodomiro Dias Neto, criminalista que encabeça a banca de defesa de Lepore e Paladino, reagiu contra a posição do procurador. "É um absurdo que a imprensa saiba disso de antemão", protestou. "De toda forma, me parece prematuro oferecer a denúncia sem antes conhecer o resultado da investigação técnica que está sendo feita pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Os pilotos reafirmam o propósito de demonstrar que agiram com profissionalismo, em conformidade com as regras internacionais de aviação, e acreditam no reconhecimento judicial de sua inocência."
- Aeronáutica admite aproximação de aviões
- Avião comercial com destino a Curitiba quase é atingido por aeronave da FAB
- Chefe do Decea diz que cortes no Orçamento contribuíram para crise aérea
- Na CPI do Senado, controlador volta a pedir desmilitarização da carreira
- Software induziu ao erro, diz representante de controladores à CPI
- Inquérito para apurar responsabilidade de controladores depende da PF, diz brigadeiro
- Relator do Senado afirma que crise aérea só se resolverá após aumento salarial de controladores
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião