O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (16) que o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró seja mantido preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Segundo os procuradores, a prisão deve ser mantida por causa de novos fatos que vieram à tona sobre o ex-diretor.
"Acontece que sobrevieram informações que, somadas às já expostas no pedido de prisão preventiva formulado pelo MPF, cujos fundamentos foram suficientes para a decretação da prisão por este Juízo, reforçam a necessidade de custódia cautelar do investigado para assegurar a aplicação da lei penal", diz o documento.
Entre os motivos para o pedido do MPF, os procuradores citam a existência de dupla cidadania. De acordo com o MPF, Cerveró não havia comunicado às autoridades que possui passaporte espanhol. "A ocultação dolosa do passaporte é um indicativo, portanto, de que Nestor planeja utilizar sua cidadania espanhola como meio para escapar de qualquer punição", dizem os investigadores.
Os procuradores citam o caso do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato para fundamentar o pedido. "Veja-se, por exemplo, no caso Pizzolato, que nem mesmo a apreensão completa de passaportes serviu para garantir que se sujeitaria à Justiça brasileira", diz o documento. Pizzolato foi condenado por envolvimento no Mensalão, mas fugiu para a Itália ainda no segundo semestre de 2013 com um passaporte falso de um irmão morto há mais de 30 anos. A Corte italiana negou a extradição do ex-diretor.
O pedido do MPF deve ser julgado pela Justiça Federal de Curitiba. Nesta quinta-feira (15), a defesa de Cerveró entrou com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4). O pedido ainda não foi julgado.
Nestor Cerveró foi preso na madrugada de quarta-feira (14) ao desembarcar de Londres no Rio de Janeiro. O motivo da prisão foram as movimentações financeiras do ex-diretor. Os investigadores entenderam que Cerveró estava tentando ocultar o patrimônio, através de transferências de imóveis para os filhos.
Outro ladoO advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, não foi localizado para comentar o assunto.
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