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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) planeja montar 30 novos acampamentos em Pernambuco até o mês de abril. Nos últimos dias, 19 fazendas e engenhos foram ocupados no Sertão, no Agreste e na Zona da Mata do estado.

De acordo com o coordenador de direitos humanos do MST, Joba Alves, a meta é totalizar 49 acampamentos, em propriedades improdutivas de todas as regiões do estado. As ações são denominadas "jornada de luta pela terra".

Joba Alves explicou que o clima é de tranqüilidade e ainda não houve reação por parte dos proprietários das áreas invadidas. A situação mais preocupante envolveria o engenho São João. Localizado em São Lourenço da Mata, ele está ocupado por 600 famílias desde domingo. O grupo foi expulso há oito meses da propriedade de 550 hectares, pertencente à Votorantin.

O coordenador do MST, Edílson Barbosa, informou que, entre os vários fatores que motivaram as ocupações de imóveis rurais em Pernambuco este ano, estão: a violência e fome no campo, conflitos fundiários e o descumprimento da meta de assentamento (8.800 famílias) estabelecida com o governo federal.

- Há uma grande insatisfação das mais de 20 mil famílias de trabalhadores rurais ligadas ao MST, que vivem de forma precária em 160 acampamentos de lona, sem perspectiva, assistência, nem crédito do poder público - frisou Edílson.

As invasões do MST em Pernambuco começaram no fim de semana e mobilizaram mais de 2.600 famílias. A fazenda Pitombeira, de mil hectares, foi a primeira propriedade a ser ocupada. Em Altinho, uma fazendeira está acusando o MST de ter causado o incêndio de uma das casas da propriedade.

No domingo, o coordenador estadual do MST, Jaime Amorim, afirmou que o plano era ocupar 19 fazendas e engenhos na região da Zona da Mata para lembrar o massacre de 19 trabalhadores rurais durante conflito com a polícia militar, ocorrido há 10 anos, em Eldorado de Carajás.

Em Goiânia, cerca de 500 sem-terra invadiram a sede do Incra na segunda-feira. Os portões foram fechados e os funcionários foram impedidos de trabalhar. Os sem-terra, vindos de 16 acampamentos do MST em Goiás, reivindicavam o cumprimento das metas de assentamento previstas para 2005.

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