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A mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, ficou calada nesta terça-feira (7) na CPI que investiga os negócios do empresário de jogos ilegais e sua relação com agentes públicos e privados. "Vou exercer o direito constitucional de permanecer em silêncio", disse Andressa. Cachoeira manteve a mesma atitude quando depôs na comissão.

Depois de recusar a falar, a mulher do empresário foi dispensada cerca de 10 minutos após se sentar para o depoimento. A dispensa foi ordenada pelo presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB).

A situação irritou a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que chamou Andressa de "mentirosa" e "cascateira".

O depoimento estava marcado para as 10h15, mas só começou por volta das 11h25, depois de vários discursos de parlamentares.

Na segunda-feira (6), Vital do Rêgo havia negado pedido de adiamento feito pelo advogado de Andressa, José Gerardo Grossi.

Um dos motivos para o depoimento de Andressa é a acusação de tentativa de chantagem ao juiz federal Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal em Goiânia.

Ela foi detida na segunda-feira do último dia 30 por suspeita de tentar corromper Santos, responsável pela ação penal contra o grupo de Cachoeira que resultou na prisão do empresário, em fevereiro.

Segundo o juiz relatou ao Ministério Público, Andressa afirmou possuir um dossiê com informações desfavoráveis ao magistrado que seria divulgado pela revista "Veja" caso ele não concordasse em revogar a prisão de Cachoeira.

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa da mulher de Cachoeira, que foi obrigada a prestar depoimento e a pagar fiança de R$ 100 mil.

Outros depoimentos

Também está marcado para esta terça-feira (7) o depoimento do policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto, apontado como um dos arapongas do grupo de Cachoeira. Ele havia sido convocado no início de julho, mas apresentou atestado médico. Thomé conseguiu no STF o direito de permanecer em silêncio durante o interrogatório.

Na quarta-feira (8), outros dois depoentes também poderão usar o direito de não responder às perguntas dos parlamentares: a ex-mulher de Cachoeira, Andrea Aprígio, e o contador Rubmaier Ferreira de Carvalho, apontado como responsável pela abertura de empresas que seriam usadas como fachada por Cachoeira para lavar dinheiro.

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