O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (25), em Brasília, que tem dito à presidente eleita Dilma Rousseff que sempre que estiver passando por algum tipo de dificuldade, "vá para perto do povo que o povo é a nossa salvação".
Lula discursou por mais de meia hora durante o 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos. Ele afirmou que a nova presidente vai seguir os programas de combate à fome e à miséria.
"Eu tenho dito para a Dilma: 'Dilminha, na hora do aperto, na hora que a coisa estiver ficando feia, não vacile. Vá para perto do povo que o povo é a nossa salvação. Não tenha medo nunca. Não tenha medo. Quando não souber das coisas, pergunta para o povo que ele ajuda a responder. Na dúvida, o povo é a solução'", disse.
Lula afirmou que sua relação de proximidade com o povo explica seus índices de mais de 80% de aprovação do governo.
"É isso que sou grato a vocês. Nestes últimos anos, eu nunca tive um gesto de incompreensão de vocês, da lealdade da nossa relação. Não foi uma relação construída na Presidência, foi uma relação construída muito antes da Presidência. Sou grato porque dependeu de vocês o sucesso do nosso programa, o sucesso do nosso governo", disse o presidente.
Lula voltou a falar que a campanha que Dilma enfrentou na disputa pela Presidência foi "mais preconceituosa" que a dele.
Segundo ele, a vitória de Dilma é uma "luta de décadas". Lula ainda falou que os militares que torturaram a presidente eleita durante a ditadura militar devem estar sendo "torturados por dentro".
"Eu fiquei muito orgulhoso porque a Dilma é uma mulher que na década de 70, muito jovem, o mundo dela ruiu. A hora que você milita na esquerda brasileira, você é presa três anos e meio, torturada, ou seja, acabou. E essa mulher, que quem torturou ela pensou que tinha acabado com a vida dela na política, agora deve estar sendo torturado por dentro", afirmou.
Para o presidente, "se a Dilma tomou choque, o choque que esse cara está tomando por dentro agora é de uma grandeza que ele não imagina. Ele ver aquela menina que ele torturou virar, depois de mulher, presidente da República deste país, sem o ódio que ele tinha... Isso é importante. Sem ódio, sem mágoa, sem querer vingança, mas querer apenas consolidar a melhoria de vida do povo deste país".
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