O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou nesta quarta-feira (24) que o partido não está "atrás" de Joaquim Roriz (PSC) para ser o candidato ao governo do Distrito Federal em uma possível aliança. A declaração acontece após Roriz ter se encontrado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Guerra ressalta que foi o ex-governador do DF quem procurou FHC. "Roriz não é objeto de iniciativa nossa. A gente não está atrás do Roriz para ele ser o nosso candidato ao governo", afirmou Guerra.

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O presidente tucano afirmou que diante do quadro de instabilidade no DF ainda é cedo para definir candidaturas. Ele destacou ainda que a crise política no DF não se restringe ao DEM. "Aqui em Brasília, quem faliu não foi o DEM, foi a política", disse Guerra.

O escândalo chamado de mensalão do DEM veio à tona no dia 27 de novembro com a deflagração da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. O ex-governador do DF José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) é acusado de comandar um esquema de pagamento de propina a aliados. Arruda acabou preso no dia 11 de fevereiro após ser acusado de tentar subornar uma testemunha do caso.

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Mais cedo nesta quarta, em São Paulo, Fernando Henrique rebateu as críticas feitas por líderes do PSDB a respeito do encontro que teve com Roriz.

"O Roriz foi a minha casa. Vou fechar a porta? Ele foi lá me comunicar que ia ser candidato a governador [do Distrito Federal]. As pessoas às vezes criticam antes de perguntar. Não custa me telefonar e perguntar, né?", disse.

Eurides Brito

A deputada distrital Eurides Brito (PMDB) afirmou em blog que o dinheiro que colocou na bolsa em um vídeo feito em 2006 tinha como origem Roriz. O vídeo é um dos muitos que foram divulgados do escândalo do mensalão do DEM de Brasília.

Por meio de sua assessoria, Roriz negou que tenha mandado entregar dinheiro a Eurides e chama a acusação de "fantasiosa". A deputada Jaqueline Roriz (PMN), filha do ex-governador, chamou Eurides de "cara de pau" na Câmara Legislativa.

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Perfil

Roriz começou a carreira política em Brasília quando deixou a prefeitura da capital goiana após ser indicado em 1988 pelo então presidente José Sarney para o governo do DF, que na época não tinha o direito de eleger seu governador pelo voto direto. Ele permaneceu no cargo até março de 1990.

Nos quase 18 meses em que foi governador biônico do DF, ele foi acusado pelos adversários políticos de ter distribuído lotes para os eleitores já de olho nas eleições diretas de outubro de 1990. Eleito, Roriz voltou ao governo do DF em março de 1991. Ele também foi eleito governador do Distrito Federal nas eleições de 1998 e 2002. No pleito de 2006, Roriz conseguiu uma vaga no Senado Federal.

Quatro vezes governador do Distrito Federal, Roriz renunciou em 2007 ao mandato de senador para escapar do processo de cassação quando foi flagrado em gravações telefônicas negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com o então presidente do Banco de Brasília (BRB), que chegou a ser preso durante a Operação Aquarela.

Em 2009, Roriz se filiou ao Partido Social Cristão (PSC) e afirmou que seria candidato. "Sou candidato, sim. Vamos fazer um grande governo." Roriz havia saído do PMDB por se dizer "inconformado" com o esvaziamento da reunião em que a cúpula peemedebista deveria examinar sua candidatura para 2010.

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