O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki afirmou nesta terça-feira (20) que reformulou sua decisão e manteve 11 presos da Operação Lava Jato porque não quer agir de forma precipitada, sem conhecer detalhes do processo.
Apenas o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi solto. A operação da Polícia investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões, com ramificações em partidos como PT, PMDB e PP. Entre os que permanecem sob custódia, está o doleiro Alberto Yousseff.
O ministro decidiu soltar os presos por considerar que o juiz federal Sérgio Moro havia invadido a competência do Supremo ao manter a investigação após aparecerem nas interceptações deputados federais como André Vargas (ex-PT) e Luiz Argôlo (SDD-BA).
Como deputados gozam de foro privilegiado, só o Supremo tem o poder de conduzir investigações criminais contra eles. Moro, no entanto, mandou soltar só o ex-diretor da Petrobras e pediu explicações sobre o alcance da decisão. Ele alegou que havia risco de presos envolvidos com o tráfico de drogas fugirem para o exterior.
"O juiz disse que tinha (risco). Sem conhecer, não quero tomar decisões precipitadas", afirmou o ministro. Zavascki afirmou ainda que não tem condições de apontar quem fica preso ou solto sem ter detalhes do processo. "Eu não tenho condição de dizer quem é que vai ficar preso e quem é que não ficará preso enquanto eu não receber todo o material", afirmou. E completou: "Por ora esses que o juiz informou que têm envolvimento com o trafico de drogas vão ficar presos. Esses que estão presos por causa das quatro ações e o que esta solto continua solto", disse.
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