Durante visita a Londrina na manhã desta quinta-feira (14), o governador Beto Richa (PSDB) voltou a negar que o dinheiro supostamente desviado de obras em escolas estaduais tenha abastecido sua campanha à reeleição, em 2014. “Não temos o que temer e vamos estabelecer a verdade o mais rápido possível”, declarou durante coletiva de imprensa na PR-445.
A Operação Quadro Negro, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apura o desvio de quase R$ 20 milhões destinados a obras de instituições de ensino do Paraná. Investigadas citaram o nome de Beto Richa como supostamente envolvido no caso.
Na opinião do governador, as acusações foram feitas para tirar o foco da investigação e “jogar em alguém maior”. “Não posso admitir pessoas desqualificadas, envolvidas nessas falcatruas, dizerem que [ o recurso desviado] foi para a campanha eleitoral. O dinheiro sumiu, mas nós vamos atrás para reparar todos os prejuízos causados aos cofres do Estado, até o último centavo. Isso eu posso garantir.”
Richa também prometeu punir todos os responsáveis pelo desvio de recursos. “Sou intransigente com corrupção. É importante destacar que logo que tivemos os primeiros indícios desses desvios, foi o nosso governo que tomou as providências. Fomos nós que iniciamos toda a investigação profunda, sem poupar ninguém. Demitimos rapidamente todos os suspeitos”, explicou o governador.
Propina para autoridades
Testemunhas ligadas à construtora Valor, responsável pelas obras investigadas na Operação Quadro Negro, afirmam que o dono da empresa fazia saques de até R$ 800 mil em dinheiro vivo e que essa verba era repassada irregularmente a pessoas ligadas ao governo do Paraná.
Entre as pessoas que teriam recebido dinheiro, segundo as testemunhas, estariam os deputados Ademar Traiano (PSDB), Plauto Miró (DEM) e Tiago Amaral (PSB), o conselheiro do Tribunal de Contas Durval Amaral e o secretário estadual de Infraestrutura, Pepe Richa. Os deputados e Durval negam as acusações. Pepe disse que não comentaria o caso.
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