O Ministério dos Transportes instalou uma Comissão de Sindicância Investigativa para apurar supostas irregularidades na pasta, denunciadas pela revista Veja, no último fim de semana. A portaria foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União. A comissão, formada por dois integrantes da Advocacia Geral da União (AGU) e por um assessor especial de controle interno terá o prazo de 30 dias para a conclusão dos trabalhos e apresentação de relatório.

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Na mesma edição, o ministro exonerou "a pedido" o assessor Luiz Tito Barbosa Bonvini e o seu chefe de gabinete, Mauro Barbosa da Silva, que, segundo a denúncia, integram o suposto esquema de cobrança de propinas sobre a concessão de obras de rodovias e ferrovias a empreiteiras e empresas de consultoria. A maior parte do dinheiro desviado, segundo a denúncia, ia para o PR, partido presidido pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e outra parcela era distribuída para os parlamentares onde a obra era realizada.

Na segunda-feira à noite, representantes das bancadas do PR na Câmara e no Senado decidiram, ao final de uma reunião no Ministério dos Transportes, que o ministro Alfredo Nascimento vai dar explicações às duas Casas do Congresso sobre os indícios de corrupção na pasta. O deputado Luciano Castro (PR-RR), que participou da reunião, afirmou que o ministro deverá ir à Câmara na próxima semana, antes do recesso parlamentar.

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Além da demissão "a pedido" de assessores diretos do ministro, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, e o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot, pediram licença dos cargos até que as investigações sejam concluídas, segundo os parlamentares do PR. Os quatro foram afastados pela presidente Dilma Rousseff no sábado, depois da publicação da denúncia, pela revista Veja.

Ao final da reunião no ministério, os parlamentares do PR divulgaram nota confirmando o apoio ao governo da presidente Dilma e declarando "incondicional confiança e apoio" ao ministro dos Transportes. Afirmam ainda que as medidas adotadas pelo ministro negam os relatos de que ele tenha "autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer atos político-partidários" envolvendo ações e projetos do ministério, "o que tranquiliza a bancada e resguarda o partido de danos morais e éticos".