Em depoimento à Polícia Federal (PF) na deflagração da 24.ª fase da Operação Lava Jato, no último dia 4, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ter conhecimento sobre as finanças do Instituto Lula. O ex-presidente garantiu à força-tarefa da Lava Jato que nunca pediu dinheiro em nome do Instituto. “Não, e não pretendo pedir nos últimos anos que eu tenho de vida”, disse o ex-presidente.
De acordo com Lula, a decisão em não se envolver nas questões financeiras do Instituto Lula vem de muito antes de assumir a Presidência da República. “Não faz parte da minha vida política, ou seja, eu desde que estava no sindicato eu tomei uma decisão: eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas”, explicou o ex-presidente.
Lula ainda ironizou quando o delegado da Polícia Federal perguntou o montante médio de recursos que o Instituto recebe por ano. “Nem no instituto e nem em casa eu cuido disso, em casa tem uma mulher chamada dona Marisa que cuida e no instituto tem pessoas que cuidam”, disse Lula.
Lula garantiu que nunca procurou nenhuma empresa para pedir dinheiro para o instituto. “Na verdade eu era a fotografia do instituto, eu era a cara do instituto. Era não, eu sou a cara do instituto. O instituto está ali por minha causa, o do Clinton só existe por conta dele, o do Kofi Annan só existe por conta dele, qualquer instituto só existe em função da cara da pessoa que dá o nome, o Instituto Mandela existe por causa do Mandela, então o instituto vai existir, eu não sei se vai persistir quando eu morrer, mas enquanto eu existir está lá o instituto”, disse Lula aos investigadores da Lava Jato.
Indagado sobre doações realizadas pela empreiteira Camargo Correa ao Instituto, Lula disse não saber quem foi o responsável por pedir dinheiro à empreiteira, e tentou voltar a atenção para a oposição. “Ela deu para o instituto acho que a metade do que ela deu para o Fernando Henrique Cardoso, metade, deveria ter dado mais, mas deu menos”, disse.
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