O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o discurso favorável ao fim da reeleição, nesta quinta-feira, durante reunião com seu conselho político, no Palácio do Planalto. Mas queixou-se com veemência das especulações de que estaria negociando o fim do segundo mandato consecutivo com o objetivo de tentar um terceiro nas eleições de 2014.
- Estão dizendo até que eu quero voltar em 2014. Eu nem sei se estou vivo até lá - desabafou Lula.
O tema vem sendo levantado tanto por governistas como por políticos da oposição, como os governadores tucanos de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, que já defenderam o fim da reeleição para cargos no Executivo. Em enquete no GLOBO ONLINE, a maioria dos leitores mostrou-se favorável ao fim dos dois mandatos consecutivos .
Lula manteve o discurso favorável ao fim da reeleição, mas com a ampliação do mandato do presidente para cinco anos. No entanto, o presidente fez questão de dizer aos aliados que o governo não vai liderar esse debate e que a questão tem que ser encaminhada pelos partidos e pelo Congresso, dentro da reforma política.
- Estão querendo colocar esse negócio da reeleição no meu colo. Eu sempre fui contra a reeleição - disse o presidente, segundo relato dos aliados.
Na quarta-feira, o porta-voz Marcelo Baumbach afirmou que a reeleição "não está na pauta do governo". O fim da regra constitucional é objeto de uma emenda proposta pelo deputado Jutahy Magalhães (PSDB-BA) que tramita na Câmara. E um projeto de emenda constitucional, relatado pelo também tucano Tasso Jereissati, foi aprovado por unanimidade no ano passado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O presidente pediu aos aliados prioridade à reforma política após a votação das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na avaliação do governo, a votação no Parlamento tem avanços muito positivos, mas há problema nas emendas às medidas provisórias.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, fará uma exposição sobre a reforma política em uma reunião do Conselho na próxima semana.
Os partidos pediram que a equipe econômica envie, o quanto antes, ao Congresso as propostas de prorrogação da CPMF e da Desvinculação das Receitas de União (DRU) para que haja tempo hábil de aprová-las.
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