Sem consenso entre Câmara dos Deputados e Senado, as duas propostas de emenda à Constituição (PECs) que tratam do fim do voto secreto no Congresso Nacional vão passar amanhã por votações decisivas. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai apreciar a PEC 349/2001, que acaba com o sigilo para todas as deliberações dos parlamentares. A CCJ da Câmara vai decidir sobre a PEC 196/2012, que estende a abertura do voto apenas para decisões sobre cassação de mandatos.
As proposições passaram a "competir" entre si a partir da semana passada, quando o plenário da Câmara aprovou por unanimidade a PEC 349/2001. A aprovação ocorreu seis dias após a sessão, em votação secreta, que manteve o mandato do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO), condenado a 13 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, em 2011, e encarcerado no presídio da Papuda há dois meses. A decisão gerou críticas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que defende a proposta que acaba com o voto secreto apenas para cassações.
A sugestão dele é enxugar o texto definido pelos deputados, que também inclui voto aberto para escolha de autoridades, vetos presidenciais e eleição da mesa diretora. Relator da PEC 349/2001, o senador paranaense Sérgio Souza (PMDB) diz que o tema divide opiniões. Apesar de colega de partido de Calheiros, ele vai defender o voto aberto em todas as situações.
Autor da PEC 196/2012, o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB) defende que o "caminho mais sensato" é primeiro a aprovação da proposta mais restrita pela Câmara. "Depois as outras dúvidas sobre o voto aberto continuam sendo discutidas pelo Senado", afirmou o tucano. Apesar disso, Dias, que é membro titular da CCJ, sinaliza que vai votar favoravelmente ao fim do sigilo em todos os casos estipulado pela PEC 349/2001.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026