O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu nesta sexta-feira (16) uma nova denúncia contra o executivo Marcelo Odebrecht e outros cinco investigados pela Operação Lava Jato. Também foram denunciados o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, o ex-diretor Renato Duque e os executivos da Odebrecht Rogério Araújo, Marcio Faria da Silva e Cesar Ramos Rocha.
A nova acusação do MPF é referente a irregularidades em oito obras da Petrobras. Segundo o MPF, pelo menos R$ 137 milhões em propinas foram pegos pelos executivos da Odebrecht a Duque e Barusco referentes às obras de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), terraplenagem da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), na Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural, três obras em Cabiunas e nas plataformas P-59 e P-60.
As obras estavam relacionadas às diretorias de Serviços, Abastecimento, Exploração e Produção e Gás e Energia. De acordo com a denúncia, os crimes ocorreram entre 2004 e 2014. Os executivos da Odebrecht são denunciados por corrupção ativa. Já Barusco e Duque são acusados pelo MPF de corrupção passiva.
Na denúncia, o MPF apresenta evidências colhidas durante buscas e apreensões da existência de um cartel para o fatiamento de obras da Petrobras entre os grandes empreiteiras do país. Os procuradores garantem que as investigações sobre a formação de cartel continuam e uma nova denúncia deverá ser formulada em relação a esse crime.
Bloqueio
Na denúncia, o MPF pede que seja decretado o perdimento do produto e proveito dos crimes, ou do seu equivalente, no valor total mínimo de R$ 137 milhões. Este montante corresponde aos 3% do valor total de todos os contratos e aditivos relacionados às obras da RNEST e Comperj e aos 2% do valor total de todos os contratos e aditivos relacionados às demais obras. Além disso, o MPF pediu que R$ 275 milhões sejam devolvidos à Petrobras.
Os executivos da Odebrecht estão presos desde a 14.ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em junho desse ano. Já Renato Duque foi preso pela segunda vez na Lava Jato em março desse ano, na 10.ª fase da operação. Os cinco estão atualmente presos no Complexo Médico Penal, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Já Pedro Barusco não chegou a ser preso na Lava Jato. Ele firmou um acordo de colaboração premiada e auxilia nas investigações do esquema. Todos os denunciados dessa sexta-feira (16) já respondem a outros processos da Lava Jato na Justiça Federal de Curitiba.
Outro lado
A Gazeta do Povo tentou entrar em contato com as defesas dos denunciados, mas nenhum advogado foi localizado.
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