A investigação da Operação Lava-Jato descobriu que a Odebrecht controlava seis contas bancárias no exterior para pagar propinas aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada e ao ex-gerente da estatal Pedro Barusco. A prova foi apresentada pelo juiz Sérgio Moro nesta sexta-feira, em despacho para justificar um novo decreto de prisão preventiva contra o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e outros quatro executivos ligados à companhia.
Ontem, os advogados de executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar liberar seus clientes. Como decretou um novo pedido de prisão preventiva a esses cinco acusados, Moro encaminhou o despacho desta sexta-feira às instâncias superiores, que julgam os habeas corpus: a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF-4) e a 5ª Turma do STJ.
Lava Jato tipo exportação
Pelo menos 6 países tomam medidas para investigar ou se prevenir das conexões internacionais do esquema de corrupção brasileiro
Leia a matéria completaA força-tarefa da operação rastreou o caminho do dinheiro que saiu da empreiteira e chegou até os funcionários da Petrobras que teriam recebido a propina para favorecer a Odebrecht em contratos com a estatal. Com base em documentos enviados por autoridades da Suíça e outros documentos juntados ao processo, o juiz Moro concluiu que “há prova de fluxo financeiro milionário, em dezenas de transações, entre contas controladas pela Odebrecht ou alimentadas por empresas do grupo e outras contas secretas, mantidas no exterior por dirigentes da Petrobras”.
A Odebrecht era beneficiária e controladora, segundo as investigações, das contas em nomes das empresas offshores Smith & Nash Engeinnering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, Golac Project, Rodira Holdings e Sherkson Internacional. O dinheiro saía dessas contas diretamente para contas secretas mantidas por Barusco, Duque, Cerveró e Zelada também no exterior. Em algumas transferências, de acordo com o que escreveu o juiz Moro, a propina passava ainda por uma conta intermediária antes de chegar ao seu destinatário final.
No despacho desta sexta-feira, Moro escreveu que há prova da materialidade de “crimes de cartel, ajuste de licitações, corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito do esquema criminoso da Petrobras”. O juiz explicou porque cada um dos quatro executivos ligados à companhia devem ficar detido: Márcio Farias é apontado como participante das reuniões do cartel de empreiteiras; Rogério Araújo foi citado na investigação como responsável por fazer o contato com Bernardo Freiburghaus, responsável por administrar as contas na Suíça, Alexandrino de Alencar foi citado em depoimento como responsável por combinar propina.
Quanto a Marcelo, ele é aparece em uma troca de emails em que é discutido “sobrepreço” em um contrato e é apontado pela investigação como conhecedor de todo o esquema de corrupção, que envolvia mais de uma empresa do grupo. O juiz voltou a citar, no despacho, as anotações do celular do empresário, que faz referência a atrapalhar as investigações, de acordo com análise da Polícia Federal.
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