O PPS vai propor a cassação do mandato do presidente da Câmara, deputado Severino Cavancanti (PP-PE), por quebra de decoro parlamentar. A informação é do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que fez discurso na tribuna da Câmara na tarde desta terça-feira. Novo documento comprovaria que Severino tentou privilegiar o dono de um restaurante da Câmara, apontado como responsável por pagar propina ao presidente da Casa.
A proposta de cassação será feita na reunião dos partidos de oposição a ser realizada às 19h desta terça-feira. O pedido vai se basear em novas informações sobre o caso. No discurso em plenário, Jungmann relatou que na noite desta segunda-feira um grupo de parlamentares foi procurado por um ex-funcionário do restaurante Fiorella, que fica no anexo 4 da Câmara.
Trata-se de Izeilton Carvalho, ex-gerente do restaurante. Ele disse ter provas sobre o pagamento de R$ 10 mil mensais a Severino. Em troca, o dono do Fiorella, Sebastião Buani, teria a garantia de renovação do contrato de exploração do restaurante da Câmara no anexo 4. Jungmann disse ainda que os parlamentares preferiram convencer Izeilton a prestar depoimento à Polícia Federal.
- Ele está prestando depoimento neste momento. A situação é de máxima gravidade. Vamos pedir cópia dos autos - disse o parlamentar.
Jungmann citou reportagem da edição online da revista "Veja" em que é publicado um fax da prova que comprometeria Severino. Segundo a revista, trata-se de um documento de cinco linhas em que o então primeiro secretário da Câmara, Severino Cavalcanti, determina a prorrogação do contrato de exploração do restaurante até 24 de janeiro de 2005. O documento é datado do dia 4 de abril de 2002. Segundo a revista, o papel sofreu perícia para comprovar sua autenticidade.