O deputado federal Ricardo Berzoini (SP), disse neste sábado (2) as novas regras para o uso de passagens aéreas pelos parlamentares "prejudicam" o trabalho na Câmara com "ativistas e militantes". Apesar de afirmar que algo precisava ser feito para coibir os abusos, o presidente do PT avaliou que as novas normas contêm restrições exageradas.
"Não acho esse assunto importante o suficiente para rediscutirmos a decisão da Mesa Diretora, mas o fato é que, agora, as regras prejudicam o nosso trabalho com ativistas e militantes de movimentos de moradias", argumentou Berzoini.
Câmara e o Senado definiram regras para disciplinar o uso das passagens aéreas. Agora, nem deputados nem senadores poderão mais doar bilhetes para parentes e amigos. Somente parlamentares e assessores poderão utilizar as passagens. Estes últimos precisarão de autorização especial para terem bilhetes pagos pelas Casas. "Não posso mais convidar um professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por exemplo, para fazer uma palestra na Câmara, a não ser que pague a passagem do próprio bolso", acrescentou.
Berzoini afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "coberto de razão" ao dizer que vê muita hipocrisia nas críticas sobre o uso das cotas de passagens pelos deputados.
"Não vejo problema nenhum quando um deputado traz para Brasília, com passagens pagas pela Câmara, sindicalistas ou pessoas relacionadas ao exercício de seu mandato", disse. "Também não vejo problema no fato de ele trazer a esposa para acompanhá-lo. O que não pode é usar as passagens para fazer lazer e turismo."
Na sexta-feira (1º), o presidente disse que, quando era deputado (entre 1987 e 1991), usou a cota de passagens da Câmara para levar sindicalistas a Brasília. Lula deixou claro, no entanto, que não acha correto o uso dos bilhetes para turismo no exterior.
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