Identificadas 100 vítimas do acidente da TAM
Mais três corpos de vítimas do acidente com o Airbus da TAM foram identificados neste sábado. Ao todo, já são 100 pessoas identificadas. Os corpos identificados são de Diogo Casagrande Salcedo, Vinicius Costa Coelho e Arthur Souto Maior de Queiroz.
A construção de um novo aeroporto em São Paulo pode demorar até dez anos e não há garantias de que ficará pronto a tempo para resolver o problema do tráfego aéreo na região mais movimentada do país.
Segundo especialistas, a falta de áreas desocupadas no entorno de São Paulo, a legislação ambiental mais rigorosa e a ausência de interligação entre as cidades paulistas dotadas de aeroportos serão os principais entraves para tirar o projeto do papel.
A decisão de construir o terceiro grande aeroporto de passageiros em São Paulo foi anunciada pelo governo no último dia 20, três dias após o acidente com o avião da TAM, em Congonhas, no qual morreram 199 pessoas, mas antes da posse do novo ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Na última sexta-feira, quando esteve em São Paulo, em visita ao Aeroporto de Congonhas, Jobim não destacou o assunto do novo aeroporto. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), amigo do novo ministro, criticou a proposta, que classificou como "escapista".
A obra vai consumir R$ 5 bilhões, segundo cálculos da Infraero, mas ainda não há recursos previstos no orçamento.
A estimativa é considerada conservadora por especialistas. Apenas a terceira pista de Guarulhos, por exemplo, vai custar R$ 2 bilhões. Nesse caso, o dinheiro já está previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
Guarulhos e Congonhas têm capacidade para receber juntos 29 milhões de pessoas por ano, mas o fluxo de passageiros hoje já está perto dos 30 milhões. A previsão de crescimento é de 1,5 milhão de pessoas a mais por ano.
O professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) Anderson Robeiro Correia diz que o aumento imediato no número de passageiros na região vai exigir soluções mais rápidas.
"O terceiro aeroporto é importante e necessário. Mas a prioridade é a terceira pista de Guarulhos. É preciso fazer as duas coisas para absorver o aumento da demanda aeroportuária nos próximos anos", diz.
Etapas
A primeira etapa de construção de um aeroporto é a mais complicada. Em Guarulhos, por exemplo, foram gastos quase quatro anos entre a tomada de decisão e o início das obras.
A definição do local, os processos de desapropriação e o licenciamento ambiental podem sair em cerca de seis meses. Mas também podem se arrastar na Justiça por vários anos, se alguém questionar o projeto, e até inviabilizar a obra.
Depois disso, é preciso finalizar o projeto e definir como a obra será financiada. A obra de engenharia, prevista para dois ou três anos, também pode se estender se o terreno for muito irregular.
Em Guarulhos, por exemplo, o prazo inicial de dois anos e meio não foi cumprido (foram cinco anos de obras).
Por fim, gasta-se mais um ano com pavimentação das pistas, construção de prédios e outras obras de infra-estrutura para colocar o aeroporto em funcionamento.
Projeto privado
Enquanto o governo federal não toma uma decisão, a iniciativa privada já está se mexendo.
As construtoras Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez estão desenvolvendo há oito meses estudos sobre um novo aeroporto na região metropolitana da cidade.
"Os grupos têm interesse em investir na construção do novo aeroporto e operá-lo sob o regime de concessão", informaram as empresas.
As duas construtoras não divulgam os detalhes do projeto, que já é de conhecimento do governo. Elas ainda estudam a viabilidade técnica e financeira da obra, assim como a definição da localização para o aeroporto.
Alternativa
Diante do longo prazo para a construção de um novo aeroporto e dos entraves que podem aparecer no caminho, o governo já estuda alternativas ao projeto, como a ampliação do Aeroporto de Viracopos, que fica a 99 quilômetros da capital paulista, em Campinas.
Para outro especialista no setor, o professor do ITA Cláudio Jorge Pinto Alves, a construção de novas pistas e terminais em Viracopos pode ser uma alternativa mais rápida e barata do que a construção de um novo aeroporto mais próximo à capital.
"A ampliação de Viracopos e a construção de uma ferrovia que ligue São Paulo, Guarulhos e Campinas seria uma opção mais econômica e mais vantajosa para todo mundo", diz.
"A ampliação de Guarulhos não resolveria o problema. Talvez seja até necessária, mas em três ou quatro anos ele [o aeroporto] vai entrar novamente no limite da sua capacidade."
Viracopos tem atualmente capacidade para receber 2 milhões de passageiros por ano (Congonhas pode receber 12 milhões) e uma pista de 3.245 metros, mas não há previsão de obras de ampliação imediata.
Outra opção que pode abreviar o processo é a ampliação de pelo menos um dos 31 aeroportos regionais próximos à Grande São Paulo.
O coordenador do curso de Engenharia Aeronáutica da USP-São Carlos, Fernando Martini Catalano, diz que essa seria uma saída mais rápida para problema.
"Esses aeroportos estão quase prontos, apesar das limitações geográficas. É questão de aumentar a pista e fazer outras obras. Mas isso só pode ser viabilizado com um programa de transporte terrestre", diz Catalano.
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