Imagens mostram deputado com duas taças de vinho momentos antes do acidente
- RPC TV
Acidente
A colisão aconteceu na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski na madrugada do dia 7. O deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Após a colisão, os carros foram parar na Rua Barbara Cvintal, uma via local paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi.
Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros. Os dois ocupantes do Honda, Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, morreram no local.
Reportagem da Gazeta do Povo revelou que Carli Filho estava com a carteira de motorista cassada no momento da ocorrência, em razão do excesso de multas a maioria por excesso de velocidade.
Os pais do parlamentar defenderam que ele seja punido se for provada a sua responsabilidade no acidente. "Nós não vamos pôr a mão na cabeça. Se ficar provado que ele é culpado, ele vai ter que pagar pelo que fez", afirmou a mãe de Carli Filho, Ana Rita Carli, em entrevista ao Fantástico, transmitida no domingo (17).
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Um novo pedido de cassação do mandato do deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (PSB) foi protocolado na Assembleia Legilativa do Paraná nesta quinta-feira (21). A abertura de processo foi pedida pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN). Outro processo já tramita da casa. O deputado é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter se envolvido em um acidente que matou dois jovens na madrugada do último dia 7.
O primeiro pedido de perda de mandato foi protocolado pelo advogado Elias Mattar Assad, que representa a família de Gilmar Rafael Yared, morto no acidente. Houve questionamentos se haveria vícios no processo. A alegação era de que, pelo o regimento interno da Assembleia, apenas a Mesa Diretora ou outro parlamentar poderia entrar com o processo.
Mattar Assad afirma que não há ilegalidade. "O regimento interno da Assembleia prevê que qualquer cidadão pode encaminhar denuncias contra os deputados", disse. O próprio presidente da Assembleia Legislativa Nelson Justus (DEM) se manifestou em nota, na terça-feira (19), afirmando que não havia vício de origem no processo de cassação do deputado.
Para o advogado o pedido protocolado pelo PMN vai reforçar a tese da família. "Isso prova que há um interesse maior na apuração, não é só da família. O pedido agora parte de uma instância partidária", relata. O presidente estadual de PMN, Willy Taguchi, disse o pedido não tem o intuído de condenar o deputado, mas permitir que a apuração dos fatos possa acontecer sem questionamentos judiciais. "Queremos evitar que caso ele venha a ser condenado, todo o processo seja derrubado na Justiça por problemas no início", disse.
Trâmite
O deputado Luiz Accorsi (PSDB), corregedor-geral da Assembleia, já está analisando o pedido de cassação protocolado em nome de Cristiane Yared, mãe de Gilmar. Ele tem 30 dias para entregar o relatório à Mesa Executiva da Casa. Na segunda-feira (18), o corregedor encaminhou uma notificação ao deputado, que está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Desde então, o parlamentar tem 10 dias de prazo para apresentar sua defesa.
Depois, o parecer da corregedoria é encaminhado à Mesa, que por sua vez decide a favor ou contra. Em caso favorável, o processo vai ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, presidido pelo deputado Pedro Ivo (PT), que terá mais 30 dias para apresentar o relatório, sendo submetido à votação plenária. A perda do mandato é finalmente decidida por maioria absoluta de votos do plenário.
Mattar Assad disse que o novo pedido deve ser anexado ao já existente. "Não creio que os dois pedidos vão correr paralamente. Eles agora devem ser juntados em um só", explicou. Por isso, os prazos para defesa do deputado e para a emissão do parecer do corregedor não devem ser alterados, na visão do advogado.
Imagens
A polícia divulgou na quarta-feira (20) imagens do deputado, poucas horas antes do acidente. A filmagem foi feita pela câmera de segurança do restaurante onde Ricas Carli esteve na noite do dia 6 de maio, acompanhado de amigos.
As gravações mostram o parlamentar passando com duas taças de vinho nas mãos, seguido de um casal que o acompanhava. Na segunda-feira (18), o resultado de um exame realizado pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba comprovou que Carli Filho estava embriagado no momento da colisão.
O último jovem que aparece na imagem gravada no restaurante, um amigo do deputado, foi ouvido na quarta-feira (20) pela polícia. "Segundo a percepção desse amigo, ele [Carli Filho] não apresentava segurança necessária para sair dirigindo. Tanto que o amigo, segundo os autos, tentou convencê-lo para que fosse de carona com ele, o que acabou não acontecendo", disse o delegado Armando Braga de Moraes Neto, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) de Curitiba, ao telejornal Bom Dia Paraná.
Ameaças
Em uma entrevista veiculada nesta quinta-feira pelo programa Mais Você, na Rede Globo, Cristiane Yared disse que a família está sendo ameaçada. O advogado explicou que uma pessoa ligou para o irmão de Cristiane aconselhando que ela parasse de falar com a imprensa sobre o caso, pois "ela estaria falando demais". O advogado afirmou que não considerou o telefonema uma ameaça, tanto que nem foi registrado boletim de ocorrência. "Não consideramos isso uma ameaça porque não intimidou e não vai intimidar a família", disse.
Estado de saúde
Segundo o Hospital Albert Einstein, o parlamentar ainda se recupera da cirurgia para correção de fraturas no crânio e reconstrução dos ossos da face, realizada há uma semana e que durou 14 horas. Não há previsão de quantas novas operações serão necessárias nem quando o deputado receberá alta.
De acordo com a assessoria de Carli Filho, no momento, a família do deputado não falará sobre o caso. Apenas o advogado criminalista Roberto Brzezinski Neto contratado para defender o parlamentar irá se pronunciar, em uma coletiva de imprensa que deve ser marcada para os próximos dias.
Passeata
A família de Gilmar Rafael Yared fará uma passeata pelas ruas de Curitiba na manhã do próximo domingo (24). A caminhada sairá às 10 horas do local onde aconteceu o acidente que matou o rapaz e o amigo dele, no cruzamento das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski, e seguirá até o Parque Barigui.
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