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Dois suplentes vão assumir

Dois suplentes se preparam para entrar na Assembléia. Miltinho Pupio (PSDB) e Luiz Goularte Alves (PT) vão conseguir exercer o mandato graças à licença de parlamentares que vão fazer parte do secretariado do governador Roberto Requião (PMDB). O tucano Nélson Garcia vai assumir a Secretaria do Trabalho no dia 10. O primeiro suplente do PSDB que teria direito a vaga é o vereador de Curitiba, Rui Hara, mas ele não vai substituir Garcia porque foi convidado para ser secretário na equipe do prefeito Beto Richa (PSDB). Se optasse pela Assembléia, Hara teria de abrir mão do mandato de vereador e poderia ficar também sem o mandato de deputado, caso Nélson Garcia retornasse ao Legislativo.

Na linha dos suplentes tucanos, o próximo é Miltinho Pupio. Deputado não-reeleito, terá oportunidade de permanecer na Assembléia enquanto Garcia estiver no governo. Para assumir, Pupio teve a ajuda direta do amigo pessoal, o ex-presidente da Assembléia, Hermas Brandão que fez articulações com o governo e o prefeito para a acomodação de todos. Quem ficará como primeiro suplente no PSDB é Luiz Malucelli.

No PT, primeiro suplente Luiz Goularte Alves, o professor Luizão, assume uma cadeira no lugar de Ênio Verri (PT), próximo secretário de Planejamento de Requião.

A maioria dos 20 novos deputados estaduais que não pertencem ao partido do governador não quer ser oposição nem situação, mas ter postura independente. Os únicos que defendem uma linha mais oposicionista são Fernando Ribas Carli Filho (PSB) e Edgar Bueno (PDT). Apesar dos novos não aderirem à bancada de oposição, o futuro líder do governo, Luiz Cládio Romanelli (PMDB), prevê um ano difícil porque os adversários estão articulados.

O deputado Marcelo Rangel (PPS), indicado líder do partido, disse estar preparado para criticar o governo em setores onde há falhas, como na área da saúde. "Se tiver que elogiar o governo farei, mas as coisas não estão indo como deveriam", afirma.

No PFL, outro partido que disputou a eleição contra o governador, o discurso também é de independência. "Estamos aqui para fiscalizar, não me elegi com a ajuda do governo nem da oposição e terei liberdade para votar", disse Fábio Camargo.

Para Ney Leprevost (PP), se o projeto for bom, pouco importa se é do governo ou da oposição. "Não se pode enxergar o mundo em preto e branco." A deputada Rosane (PV) concorda e diz que os deputados não devem chegar à Assembléia com um rótulo. "O regimento do PV diz para não acreditar na esquerda versus a direita. Votaremos com o governador quando for de interesse dos paranaenses", afirmou.

Para Edgar Bueno, é preciso ter coerência no posicionamento na Assembléia. Ribas Carli, o deputado mais jovem com 23 anos, disse que nasceu na oposição porque há 50 anos sua família é adversária do governador e vai continuar assim. O pai, o prefeito de Guarapuava, Ribas Carli (PP), fazia parte da bancada de oposição na Casa no mandato anterior. O tio, o deputado estadual Plauto Miró Guimarães (PFL), segue a mesma linha.

Os independentes podem representar perigo para o governo. Para Romanelli, a oposição tenta um "terceiro turno" no Paraná e a base aliada terá de ter muita capacidade de articulação para ganhar as votações.

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