Brasília - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal entrou ontem com um pedido de cassação do mandato de três deputados distritais flagrados em vídeo no momento em que recebiam propina do ex-secretário de Relações Institucionais do governo Durval Barbosa, episódio batizado de mensalão do DEM. São eles o presidente afastado da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM), que aparece numa fita enfiando maços de dinheiro nas meias; a líder do governo na Casa, Eurides Brito (PMDB), e o corregedor, Júnior Brunelli (PSC), que aparece em outro vídeo fazendo a oração da propina.
Na representação, a presidente da seccional da OAB-DF, Estefânia Viveiros, alega que são inquestionáveis as provas de que os três parlamentares quebraram o decoro parlamentar. Ela pede que, mesmo na hipótese de não serem cassados, eles fiquem impedidos de participar da votação do processo de impeachment contra o governador José Roberto Arruda, acusado de ser mentor e beneficiário do esquema de distribuição de propina no seu governo. Desmantelado pela Operação Caixa de Pandora, o propinoduto está sendo investigado em inquérito judicial presidido pelo Superior Tribunal de Justiça.
O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, defendeu ontem que a Câmara do Distrito Federal não entre em recesso legislativo no fim do ano. Com essa medida, Britto diz que os pedidos de impeachment contra o governador do Distrito Federal poderiam ser analisados com mais rapidez.
Sem consenso, os deputados distritais adiaram para hoje a eleição da comissão especial que vai analisar os três pedidos de impeachment contra Arruda, por crime de responsabilidade.
Os aliados do governador trabalham para sepultar a comissão especial e levar os pedidos de impeachment para a análise da Comissão de Constituição e Justiça. Por lá, seria mais fácil organizar uma tropa de choque a favor do governador. Ao todo, Arruda foi alvo de 15 pedidos de afastamento. A Câmara Legislativa acolheu três. Um desfecho para os processos só deve ocorrer em 2010.
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