Em documento divulgado nesta quarta-feira (21), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) revelou que a construtora Odebrecht e seus “co-conspiradores“ pagaram aproximadamente US$ 788 milhões (R$ 2,6 bilhões) em propinas em 11 países, além do Brasil.
“A Odebrecht se envolveu num abrangente e sem paralelo esquema de propina e fraudes por mais de uma década, começando em 2001”, diz o documento.
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Leia a matéria completaSegundo o DoJ, os valores foram relativos a “mais de 100 projetos em 12 países, incluindo Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela”.
Em troca dessas propinas, segundo o DoJ, a Odebrecht obteve R$ 12 bilhões, ao câmbio desta quarta-feira, em benefícios com contratos nesses países.
O documento, divulgado após a assinatura do acordo de leniência da empresa com os EUA nesta quarta-feira, lança luz sobre uma antiga suspeita, de que a Odebrecht também esteve envolvida em esquema de corrupção em países em que atuou fora do Brasil.
O documento é assinado por dois investigadores do governo americano, Robert L. Capers, procurador de Justiça, e Andrew Weissmann, chefe da Seção de Fraude da Divisão Criminal do Departamento de Justiça.
O ofício ressalta a atuação do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que, segundo os americanos, funcionava somente para pagar propinas em troca da obtenção de contratos públicos.
O documento descreve o pagamento de propinas em cada país. Um dos valores mais altos foi ligado à Venezuela. Só naquele país a Odebrecht pagou, segundo o DoJ, “aproximadamente US$ 98 milhões em pagamentos corruptos para funcionários do governo e trabalhadores intermediários em benefício deles na Venezuela no sentido de obter e manter contratos de obras públicas”.
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Leia a matéria completaEm Angola, outro exemplo, entre 2006 e 2013 a Odebrecht teria pago “mais de US$ 50 milhões em corrupção para funcionários do governo de Angola no sentido de assegurar contratos em obras públicas”.
Em contrapartida, diz o DOJ, a Odebrecht “conseguiu benefícios de aproximadamente US$ 261,7 milhões como resultado desses pagamentos corruptos” somente naquele país.