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Lula não conversou com Obama sobre aviões, afirma porta-voz

Agência Estado

Brasília - O porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, negou on­­­tem que o presidente Lula tenha conversado com o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), como divulgou nesta semana a im­­­prensa francesa. Jornais de Pa­­­ris publicaram matérias afirmando que Obama intercedeu a favor da norte-americana Boeing em conversas Lula. No dia 7 de setembro, o presidente brasileiro deixou claro seu interesse por uma negociação com a fabricante francesa Dassault. "É uma especulação que não corresponde a realidade de maneira alguma. Não houve telefonema do presidente Obama nem conversa sobre esse assunto", disse o porta-voz. Baumbach acrescentou que os norte-americanos têm se manifestado pelos "canais usuais do processo".

      Brasília - O vice-ministro da Defesa da Suécia, Hakan Jevrell, e o representante da Saab Bengt Javer, fabricante de caças naquele país, apresentaram ontem uma proposta de venda de aeronaves ao governo brasileiro. A Suécia aposta no me­­lhor preço, metade do apresentado pelos concorrentes franceses e norte-americanos, e no compartilhamento de tecnologia para que a brasileira Embraer e a Sueca Saab fabriquem o caça Gripen NG também para países da América Latina e no resto do mundo.

      "Acredito que temos um preço forte. O Brasil vai poder comprar dois (caças) pelo preço de um", disse o ministro sueco.

      O ministro garantiu que a Sué­­­cia e a Saab estão 100% com­­­­pro­­­­­metidas com o repasse de tec­­­no­­logia para o Brasil. "Não buscamos um comprador. Buscamos uma parceria estratégica e coope­­­ra­­­­­ção de longo prazo para as futuras ge­­­rações do poder aéreo e do desenvolvimento industrial’’, disse.

      De acordo com o representante da Saab, as duas empresas juntas integrariam sistemas utilizando os melhores equipamentos que existem no mercado, o que daria ao Brasil liberdade de escolha para fabricar a aeronave que melhor atende às suas necessidades.

      "O Grippe NG é o único que dará autonomia para a geração de caças. Oferecendo independência em vez de dependência. A Suécia está procurando um parceiro e es­­­se parceiro é o Brasil", disse Jevrell.

      A proposta que será entregue ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, ainda está sendo detalhada, mas significaria que 40% do trabalho de produção dos caças seria feito no Brasil.

      A Suécia também promete instalar um centro, com laboratório, para testar o sistema a ser integrado no Brasil em parceira com o país europeu. Neste centro haveria simuladores e todo o equipamento necessário para integração de armamento, sensores, computadores, software e radares.

      O ministro garantiu que a proposta que será apresentada ao governo será muito atrativa. Se­­­gundo ele, o caça Gripen é o que apresenta menor custo por ci­­­clo de vida. Além disso, segundo ele, "a Suécia oferecerá um financiamento bastante favorável ao Brasil’’, caso seu caça seja o escolhido.

      Apesar da garantia de transferência de tecnologia, o Gripen não utiliza nem motor nem radar com tecnologia sueca. O motor é norte-americano e o radar é italiano.

      "A grande vantagem para o Brasil seria a possibilidade de integrar constantemente novos sistemas ao caça. A filosofia sueca é de que a célula dure 40 anos. Para manter o caça como top de linha, é fundamental que utilize plataformas que comportem computadores cada vez mais rápidos e softwares sempre atualizados. Essa é a característica mais marcante do Gripen’’, explica Javer.

      Jobim reafirmou ontem que só vai ter uma posição sobre as propostas para compra de caças após o dia 21 de setembro, prazo final para que França, Estados Unidos e Suécia apresentem as propostas.

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