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Palanque eleitoral e de marketing: Dilma Rousseff foi recebida por centenas de pessoas carentes, convocadas pela prefeitura, que nem sequer sabiam quem era a ministra | Fotos: Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Palanque eleitoral e de marketing: Dilma Rousseff foi recebida por centenas de pessoas carentes, convocadas pela prefeitura, que nem sequer sabiam quem era a ministra| Foto: Fotos: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Pessuti e Osmar dividem o palanque ministerial

O lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida em Londrina deu uma ideia de como deve ser o palanque da ministra Dilma Rousseff no Paraná durante a eleição presidencial do ano que vem.

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Habitação

2,2 mil casas populares vão ser construídas

O programa Minha Casa, Minha Vida vai investir R$ 92 milhões para construir cerca de 2,2 mil casas em Londrina. O governo federal também anunciou R$ 23,6 milhões para a conclusão das obras na Santa Casa de Londrina; e R$ 4,2 milhões para o projeto Finis, que pretende retirar 117 famílias que moram em casas precárias.

Além de Dilma Rousseff, a co­­­mi­­­ti­­­va do Planalto que esteve ontem em Londrina era composta pelos ministros Paulo Bernardo (Pla­­­neja­­­mento), Márcio Fortes (Cida­­­des) e José Gomes Temporão (Saúde), além da presidente da Caixa Econô­­­mica Federal, Maria Fernanda Coelho. (MF e FS)

Londrina - A prefeitura de Londrina, comandada pelo PDT, partido da base do presidente Lula, deu ontem uma "mãozinha" aos marqueteiros que tentam popularizar a imagem da ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A ministra – que esteve na cidade para lançar o programa Minha Casa, Minha Vida – foi recepcionada por uma pequena multidão convocada por funcionários municipais e vereadores durante o fim de semana, nos bairros periféricos da cidade. O município também ofereceu ônibus de graça para quem comparecesse à solenidade.

A convocação deu resultado para os organizadores da "festa". Centenas de pessoas carentes, moradores de favelas e áreas de invasão, doentes, desempregados e mulheres grávidas com crianças de colo compareceram ao lançamento do programa, realizado em frente da sede da prefeitura.

A pequena multidão deu ares de popularidade à passagem da ministra. Mas poucos sequer sabiam quem era Dilma e o que ela estava fazendo em Londrina. Quem tinha uma ideia de que haveria o lançamento de um programa habitacional, aliás, saiu frustrado, pois imaginava que estaria um passo mais perto da casa própria – o que não ocorrerá em tão pouco tempo.

"Achei que ia chegar aqui e en­­­trar numa fila para me inscrever e ter uma casa. Quem é essa mulher que tão dizendo que vem aí?", questionou Valquíria Aparecida de Oliveira, trabalhadora "da roça" que pula de invasão em invasão para conseguir um lugar onde morar. Ela foi ao evento com um ônibus gratuito. Mas se sentiu de­­­cepcionada. "Perdi um dia de trabalho. Olha quanta gente pobre tem aqui. Não é justo o que disseram para a gente", emendou Val­­­quíria. "O pessoal da Cohab apareceu lá com uma pilha de papel convidando a gente para fazer inscrição para ter casa. Cadê?"

Para ir até a prefeitura, Adriana Aparecida, 22 anos, moradora de uma vila na Zona Sul da cidade, deixou sem escola o filho Danilo, de 12 anos. Levou também a pequena Ariadne, de 1 ano e cinco meses, para assistir ao que chamou de "blá blá blá": "Se soubesse que era isso, nem tinha vindo. Achei que ia chegar mais perto de ter uma casa", reclamou. No bairro, a Cohab também deixou um ônibus à disposição de quem quisesse ir à prefeitura.

Um ônibus grátis também veio cheio de gente do Jardim Monte Cristo, na Zona Leste. Dele desceu Mario Augusto Filho, 34 anos, de­­­sempregado. "Quem? Dilma Rus­­­set? Sei quem é não", respondeu, logo que abordado pela reportagem. O pai dele, também Mario Au­­­gusto, carregava um cartaz: "Não escrevi isso não", disse. No cartaz, um pedido ao prefeito de Londrina, Barbosa Neto: "Somos acentados (sic) a (sic) cinco anos sem água nem luz", dizia a mensagem, escrita à mão.

Trazer os parceiros

O diretor-presidente da Cohab municipal, João Verçosa, confirmou que a prefeitura "fez um trabalho para trazer os parceiros" ao evento, mas negou que funcionários públicos tenham dado informações erradas ou feito promessas para "estimular" a presença popular na solenidade. "A festa é para as famílias carentes e tínhamos que trazer aqui os maiores beneficiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida", justificou ele.

Verçosa não soube dizer quantos ônibus foram mobilizados para o evento – disse que foram cedidos "a custo zero" pela TCGL, a empresa privada que opera o sistema de transporte coletivo de Londrina.

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