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Mário Goes, apontado como operador da Arxo | Reprodução / Fantástico
Mário Goes, apontado como operador da Arxo| Foto: Reprodução / Fantástico

O empresário Mário Goes, apontado como operador da Arxo, fornecedora da BR Distribuidora, pagou mais de US$ 7,5 milhões em propinas para a diretoria de Serviços, comandada por Renato Duque.

Segundo o delator Pedro Barusco Filho, ex-gerente da Petrobras, o dinheiro foi enviado para contas na Suíça e para offshores. A informação de Barusco é complementada pelo relato de Cíntia Provesi Francisco, ex-gerente financeira da Arxo, que trabalhou na empresa entre janeiro de 2012 e novembro de 2014.

Segundo Cintia, a cada dois meses Goes ia pegar dinheiro em espécie na sede da Arxo, em Piçarras, Santa Catarina. O dinheiro era entregue por Daniela Fransozi, sobrinha dos donos - Gilson Pereira e João Gualberto Pereira Neto. Também o diretor financeiro da Arxo, Sérgio Marçaneiro, levava dinheiro vivo a Goes no Rio de Janeiro.

Cíntia relatou ao Ministério Público Federal que a Arxo chegou a receber R$ 12 milhões num único mês da BR Distribuidora, que hoje responde por 9% do faturamento da empresa, que fabrica tanques e caminhões-tanque para abastecimento de aeronaves.

A ex-gerente afirmou que a Arxo mantinha um caixa 2 e pagava 5,5% por notas frias emitidas por empresas suspeitas de serem de fachada.

De acordo com o Ministério Público Federal, Cintia afirmou que o contrato de R$ 85 milhões assinado pela Arxo no segundo semestre do ano passado foi Gilson Pereira, que viajou ao Rio de Janeiro, para um encontro com representantes da BR, onde ficou acertado que eles ficariam com R$ 80 milhões de uma encomenda total que chegaria a R$ 200 milhões - ela não sabe quem ficou com o restante.

A Receita Federal identificou que as empresas existiam apenas para emitir notas frias para terceiros e a movimentação financeira delas era incompatível com o total de notas que emitiam. As duas empresas trabalhavam com sucatas de plástico.

Uma dlas, a A RPK, por exemplo, teria emitido 88 notas ficais frias entre 2013 e 2014; a Cenedese emitiu três notas que seriam, segundo Cíntia, inexistentes, e a Linkcom forneceu três notas frias. As notas são frias porque não havia contraprestação de serviços.

Além do prejuízo aos cofres da BR Distribuidora, a Arxo também obteve vantagem com crédito de ICMS no valor de R$ 812,8 milhões.

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