Pouco menos de um mês após ter divulgado uma nota em apoio ao então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, a presidente Dilma Rousseff foi obrigada no domingo a lançar mão do mesmo expediente na tentativa de salvar o chefe da pasta da Agricultura, Wagner Rossi. Essa manifestação pública do Palácio do Planalto é mais um sinal de que a crise política que há três meses envolve o governo federal deverá se arrastar nos próximos dias e, a depender da oposição, vai culminar na demissão de mais um ministro sob suspeita de irregularidades.

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"A presidente Dilma Rousseff reitera sua confiança no ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que está tomando todas as providências necessárias", afirmou a Secretaria de Imprensa.

A oposição cobrou no domingo da presidente uma "faxina" no Ministério da Agricultura, nos mesmos moldes da que fez nos Transportes. Para os oposicionistas, Dilma não pode proteger Rossi simplesmente por ele ser do PMDB e afilhado do vice-presidente. A pressão ganhou força com a queda, no sábado, do segundo homem da pasta, o secretário executivo Milton Ortolan, que se demitiu após se revelar sua ligação com o lobista Júlio Fróes. Segundo a revista Veja, Fróes atuava dentro do próprio ministério influindo em contratos e licitações.

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As evidências de loteamento político e inchaço na Agricultura devem tornar mais duro o depoimento de Rossi no Senado, marcado para quarta-feira. E o ministro inicia a semana mais fragilizado pois a Controladoria-Geral da União encarregou 12 auditores de um levantamento sobre contratos e convênios do Ministério da Agricultura.

O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), disse que o objetivo da oposição é abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito para as denúncias de corrupção nas diferentes esferas do governo. Segundo ele, a postura diferente de Dilma frente às acusações na área de Agricultura confere à sua atuação no caso dos Transportes aspectos de jogo de cena. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.