O vídeo bomba de Mário Roque (PMDB) motivou os deputados da bancada de oposição na Assembléia Legislativa a defender a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de irregularidades no Porto de Paranaguá.
O desabafo de Roque reforçou os argumentos da oposição de que Eduardo Requião, irmão do governador Roberto Requião (PMDB), estaria fazendo uma má administração no Porto.
O "fogo amigo" do peemedebista foi o assunto mais debatido ontem durante a sessão da Assembléia.
O deputado Valdir Rossoni (PSDB) defendeu que Roque seja convocado a prestar esclarecimentos na Assembléia. "Estamos alertando o governo sobre essas barbaridades faz tempo e agora estão sendo confirmadas por alguém que faz parte do grupo que comanda o Porto. Isso é caso para CPI", disse.
O líder do PDT, Luiz Carlos Martins, também insistiu na convocação de Mário Roque e afirmou que a Assembléia não pode ficar de fora do processo como "cúmplice" das supostas irregularidades. "Nossa voz nunca conseguiu ser ouvida pelo Palácio Iguaçu, mas agora é alguém de dentro do governo denunciando", afirmou.
Um dos problemas apontados pela oposição é uma dívida de R$ 26 milhões que o Porto de Paranaguá teria com a prefeitura. Segundo o líder da oposição, Élio Rusch (DEM), o Porto não estaria recolhendo Imposto sobre Serviços (ISS) desde 2003, quando Eduardo Requião assumiu o cargo.
Os próprios deputados reconhecem, no entanto, que terão dificuldades em convocar Mário Roque ou instalar uma CPI antes da eleição municipal diante do quórum baixo das sessões.
O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), não quis entrar na polêmica. Recorreu aos "Versos Íntimos", do poeta Augusto dos Anjos, para descrever a atitude de ingratidão de Mário Roque ao governo que pertenceu. " O beijo, amigo, é a véspera do escarro. A mão que afaga é a mesma que apedreja".
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