O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou, nesta sexta-feira, que já tem as 27 assinaturas necessárias para apresentar requerimento de criação da CPI dos Fundos de Pensão.
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Leia a matéria completaCom os principais cargos divididos entre petistas, a Petros, fundo de previdência da Petrobras, fechou 2014 com o seu principal plano de previdência no vermelho pelo segundo ano consecutivo, com um déficit técnico de R$ 6,2 bilhões, segundo relatório elaborado por dois conselheiros independentes. O documento informa ainda que o resultado negativo deverá se repetir este ano.
— A situação é muito grave, é algo que tem que ser investigado. O Senado não pode deixar de fazer a investigação. A má gestão é indiscutível, a gestão temerária, os resultados falam por si. O fato concreto para apurar já está posto. A partir deste mês, funcionários dos Correios terão desconto em seus salários para cobrir um rombo de R$ 5,6 bilhões. No caso do Postalis (fundo dos Correios), até título da Venezuela compraram. Como alguém em sã consciência compra título público do governo da Venezuela ? A gente precisa rastrear esse dinheiro — afirmou o líder do PSDB.
Cunha Lima disse ter 24 assinaturas e mais três certas para colher na próxima semana: a do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que está em viagem internacional; a de Paulo Bauer (PSDB-SC); que estará de volta ao Senado após uma cirurgia cardíaca; e Luiz Henrique (PMDB-SC).
— Mais tardar quinta-feira eu encaminho à Mesa (Diretora) o pedido de criação da CPI. A previsão é que ela seja instalada em maio — afirmou o senador tucano.
Essa será a segunda tentativa de criar a CPI dos Fundos de Pensão. Na semana passada, a retirada das assinaturas de cinco senadores do PSB e um do PP inviabilizou a instalação da comissão parlamentar de inquérito, que foi arquivada. O requerimento, de autoria dos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Ana Amélia (PP-RS), foi lido em plenário, mas os apoiadores tinham até a meia-noite para manter ou retirar os nomes.
Por orientação do líder do PSB, João Capiberibe (PSB-AP), retiraram suas assinaturas, além dele, os senadores Romário (RJ), Lídice da Mata (BA), Roberto Rocha (MA) e Fernando Bezerra Coelho (PE). O senador Ivo Cassol (PP-RO) também retirou.
Na nota, assinada por toda a bancada do PSB, os parlamentares afirmaram que o grande número de CPIs “dispersa o trabalho do Senado Federal, enfraquece a investigação, desviando as atenções do debate das grandes questões nacionais, como a reforma política e a construção de um novo pacto federativo”. Eles afirmaram que retiraram as assinaturas para “concentrar suas forças e energias no bom e eficiente funcionamento das CPIs do HSBC, da Operação Zelotes e do Extermínio de Jovens”.