Deputados de oposição comemoram o “nascimento” de uma chapa alternativa para avaliar o impeachment.| Foto: Alan Marques/Folhapress

Com 39 nomes, os partidos de oposição e dissidentes da base governista protocolaram pouco antes das 14h desta terça-feira (8) uma chapa avulsa de indicados para compor a comissão que irá debater o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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O mínimo estabelecido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para a participação de uma chapa oposicionista é de 33 deputados federais. Segundo as siglas de oposição, irão compor o grupo parlamentares favoráveis ao “Fora, Dilma” do PSDB, DEM, PPS, SD, PMDB, PSD, PP, PTB, PHS e PRB. O plenário da Câmara irá decidir, possivelmente em votação secreta, qual chapa será usada para compor a comissão: esta ou a elaborada pelos líderes dos principais partidos governistas.

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Essa votação, prevista para esta terça-feira mas que pode ser adiada, será uma prévia da votação da abertura do processo de impeachment de Dilma: o resultado irá mostrar como está, de fato, a relação de forças no plenário entre os partidários e os contrários à deposição da presidente.

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Sob o mote “unindo o Brasil”, a chapa inclui os principais partidos de oposição, entre eles o PSB, que aderiu na última hora, além de dissidentes de partidos aliados principalmente o PMDB de Michel Temer, que está rachado entre apoiar a petista e engrossar o “fora Dilma”.

Na segunda-feira (7), o líder do partido, Fernando Coelho Filho (PE), indicou que a posição majoritária da legenda na Câmara dos Deputados é pelo afastamento da petista.

Os líderes da oposição caminharam com a lista entre o gabinete da Liderança do DEM, onde estavam reunidos, até a sala de protocolo da Secretaria-Geral da Mesa. Lá, gritaram “fora Dilma” e cantaram trechos do Hino Nacional e do Hino da Independência do Brasil (“brava gente brasileira...”). Em manobra com os partidos de oposição, o presidente da Câmara decidiu adiar para esta terça-feira a definição dos nomes que irão compor a comissão especial.

A medida foi tomada com o objetivo de contrapor as indicações de líderes partidários e postergar o processo de impeachment. O regimento interno da Casa determina que a comissão especial para analisar a abertura ou arquivamento do pedido de impeachment deve ser eleita em plenário.

PMDB

No PMDB, o movimento pela chapa avulsa nasceu da insatisfação de grupo dissidente com as indicações feitas pelo líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), que em um acordo com o Palácio do Planalto evitou indicar nomes favoráveis ao afastamento de Dilma.

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Hoje, cerca de 30 dos 66 integrantes da bancada peemedebista são defensores do “Fora, Dilma”. O grupo começou a articular desde a semana passada um abaixo-assinado para convocar uma eleição extraordinária ainda neste ano na tentativa de trocar o líder.

Preocupado com a movimentação, o Palácio do Planalto ofereceu à bancada mineira do PMDB, a segunda maior da legenda, o controle do Ministério da Aviação Civil, numa tentativa de conquistar mais apoio na sigla contra o impeachment e fortalecer a legitimidade de Picciani.

O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), avisou aos integrantes de seu partido que, caso sejam lançadas duas chapas, ele não participará de nenhuma das duas. “Não posso estar numa chapa e disputar votos com amigos de partidos que estarão na outra”, disse.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]