• Carregando...
 | Antonio Costa/Gazeta do Povo
| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Suposta gravação

Valério teria gravado vídeo que compromete petistas, diz jornalista

Da Redação

Apontado como operador do esquema do mensalão, o publicitário Marcos Valério teria gravado um vídeo em que falaria tudo o que sabe sobre o caso. Segundo informações do colunista Ricardo Noblat, do jornal O Globo, o vídeo teria sido gravado ainda em 2005, no auge das denúncias. De acordo com o jornalista, "o vídeo destruiria reputações aclamadas e jogaria uma tonelada de lama na imagem da Era Lula". Noblat afirma no texto publicado em seu blog ontem que teriam sido feitas quatro cópias da gravação. Uma foi encaminhada para um dos principais réus do caso e outras três estariam em cofres de banco.

Ainda segundo Noblat, a intenção de Valério seria usar as gravações como uma forma de proteger a próptia vida. De acordo com o jornalista, Valério teria orientado a mulher a encaminhar cada uma das três fitas restantes para jornais – O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo – caso fosse encontrado morto ou desaparecesse.

No texto, Noblat destaca que o comando petista saberia da existência dessas gravações e da ameaça de Valério de levar o que sabe sobre o esquema a público. Por isso, segundo Noblat, o publicitário receberia o amparo de um emissário do PT (supostamente Paulo Okamotto) que ouviria os pedidos de Valério. Um dos maiores temores do publicitário, segundo Noblat, seria a prisão. De acordo com o jornalista, o "Valério está no limiar do desespero" devido ao andamento do julgamento no Supremo.

R$ 350 milhões teriam sido arrecadados pelo mensalão, de acordo com denúncia atribuída pela revista Veja ao publicitário Marcos Valério, operador do esquema.

Dirigentes dos partidos de oposição decidem hoje se entram com representação pedindo ao Ministério Público Federal (MPF) que investigue a denúncia, atribuída pela revista Veja ao publicitário Marcos Valério, de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o verdadeiro chefe do mensalão. Com base na reportagem de Veja, o PSDB elaborou uma minuta de representação contra Lula para ser encaminhada ao MPF. O partido, no entanto, espera o aval do DEM e do PPS pera decidir se vai formalizar o pedido ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Segundo denúncia da revista, Valério teria dito a amigos que Lula era o chefe do esquema do mensalão, cujo caixa teria chegado a R$ 350 milhões, e não R$ 55 milhões como sustenta o Ministério Público. Além disso, ainda de acordo com a revista, Valério teria dito que o então presidente da República teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para o esquema, acionando contribuintes que tinham algum interesse no governo federal.

Enquanto os tucanos esperam levar a denúncia ao MPF, o presidente do PPS, Roberto Freire, diz que a oposição precisa ter cautela antes de encaminhar qualquer representação. "A reportagem é verossímil, mas é melhor ter segurança para apresentar o pedido", disse Freire, que cobrou que Lula se explique. "Ele tem que falar, a sociedade está esperando."

Como o ex-presidente Lula não tem mais foro privilegiado, se aberta, a investigação deve ocorrer na primeira instância do Ministério Público Federal. A iniciativa também pode partir dos próprios procuradores, sem a necessidade de serem provocados pela oposição.

Procurador-geral

Seja como for, as declarações de Valério não devem influenciar no julgamento do mensalão. De acordo com Gurgel, as declarações atribuídas ao publicitário só serão examinadas ao final do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Gurgel também levantou suspeitas sobre as intenções da suposta fala do empresário e o chamou de "jogador".

"As declarações dele no momento têm que ser sempre tomadas com cautela. Não se sabe exatamente que tipo de jogo esta sendo feito neste momento. Marcos Valério é uma pessoa que ao longo de todo esse processo deixou muito claro que é jogador", disse o procurador. Para ele, as informações ainda não são suficientes para o Ministério Público tomar novas medidas.

Silêncio

Apesar do pedido dos dirigentes de partidos da oposição para que Lula comente a denúncia, o ex-presidente deve se manter em silêncio. De acordo com sua assessoria, ele decidiu não rever a decisão de não falar sobre o mensalão enquanto o caso estiver sob julgamento no STF.

Um interlocutor revelou que Lula esperava ser atacado na reta final da campanha para as eleições municipais, mas considerou que a oposição – à qual atribuiu o ataque – "passou do limite".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]