Lideranças do PPS, do PSDB e do DEM anunciaram nesta terça-feira (11) novas frentes de atuação para investigar o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o escândalo do mensalão, após o depoimento do empresário Marcos Valério prestado à Procuradoria-Geral da República e publicado com exclusividade nesta terça pelo jornal O Estado de S. Paulo. Valério afirmou no depoimento que recursos do mensalão custearam despesas pessoais de Lula e que o ex-presidente deu o aval para que os bancos Rural e BMG tomassem os empréstimos que abasteceram o esquema de compra de apoio político no Congresso.
Os partidos apresentam na quarta-feira (12) uma nova representação contra Lula ao Ministério Público Federal (MPF) para que as acusações sejam investigadas. No dia 6 de novembro, pouco depois de o jornal ter revelado a existência do depoimento de Valério ao MPF, líderes e parlamentares de partidos de oposição entraram com representação na PGR pedindo a abertura de investigação para apurar a atuação de Lula no mensalão.
Em uma outra frente de ação, a oposição disse que vai pedir ainda ao chefe do MPF que encaminhe a cópia do depoimento de Valério prestado em setembro. Dentro do Senado, os líderes do PSDB e do Democratas disseram que vão protocolar, também na terça, um requerimento de convite para que o empresário preste esclarecimentos na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.
"Cabe, sim, ao Ministério Público da União instaurar os procedimentos para a investigação judiciária, a fim de que, se delitos foram praticados, a responsabilização civil e criminal alcance também aqueles que se ausentaram neste primeiro momento do julgamento do Supremo Tribunal Federal", afirmou o líder tucano, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), em pronunciamento na tribuna do Senado. "Este é o capítulo a ser escrito, este é o capítulo definitivo do mensalão, a ser escrito agora pelo Ministério Público e Poder Judiciário", completou.
Outras denúncias
Em meio a uma série de acusações, Marcos Valério também afirmou que o ex-presidente deu "ok", em reunião dentro do Palácio do Planalto, para os empréstimos bancários que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada.
Valério ainda afirmou que Lula atuou a fim de obter dinheiro da Portugal Telecom para o PT. Disse que seus advogados são pagos pelo partido. Também deu detalhes de uma suposta ameaça de morte que teria recebido de Paulo Okamotto, ex-integrante do governo que hoje dirige o instituto do ex-presidente, além de ter relatado a montagem de uma suposta "blindagem" de petistas contra denúncias de corrupção em Santo André na gestão Celso Daniel. Por fim, acusou outros políticos de terem sido beneficiados pelo chamado valerioduto, entre eles o senador Humberto Costa (PT-PE).
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