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Um dia depois da reunião dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Nestor Kirchner (Argentina), Hugo Chavez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia) para discutir o decreto que nacionalizou as reservas bolivianas de petróleo gás, a oposição não deu trégua ao presidente Lula, que ontem concordou em negociar o reajuste dos preços do gás. Cotados para vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin, os senadores pefelistas José Jorge (PE) e José Agripino (RN) disseram que faltou firmeza a Lula ao defender os interesses da Petrobras.

- Lula pode ser um bom líder de Estado para Bolívia e Venezuela, que são países menores, mas um país igual ao Brasil, o maior da América Latina, não dá para ter um presidente com esse figurino - atacou José Jorge.

O pefelita aposta numa queda de popularidade de Lula até outubro. Segundo ele, os brasileiros vão optar por um presidente com perfil diferente ao do petista.

- Quando a campanha eleitoral começar, vamos ver as pesquisas mudarem de rumo. O povo até que deu uma oportunidade a ele, mas o chefe do Executivo se revelou despreparado para o cargo. O caso da Bolívia é uma prova disso - disse o pefelista, que atribui a vantagem de Lula nas pesquisas à maior exposição na mídia.

Agripino endossa as palavras do colega. Segundo ele, Lula mostrou despreparo para enfrentar a decisão de Evo Morales e acabou desautorizando a direção da Petrobras, que havia anunciado que a estatal não investiria mais na Bolívia.

- Estava torcendo para que o gesto de truculência da Bolívia fosse reparado. Esperava que a reunião dos quatro chefes de Estado trouxesse de volta a racionalidade - afirmou Agripino.

Já o líder da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse estar impressionado com a reação de diplomatas brasileiros ao que ele classificou como "desmandos" cometidos na política externa brasileira. Segundo ele, a crise serve para mostrar os riscos de uma eventual reeleição de Lula. Para Aleluia, Lula acabou reforçando a ação de Evo Morales.

- O episódio envolvendo a ocupação militar de instalações da Petrobras na Bolívia e o tratamento que Lula deu ao caso são apenas a seqüência de uma série de equívocos que comprometem a imagem de uma diplomacia eficiente, construída ao longo de décadas.

Aleluia comparou a postura de Lula diante de Morales a sua relação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

- Ao apoiar a truculência de Evo Morales, Lula apenas ratifica a sua conivência e omissão com a desordem praticada no Brasil - disse Aleluia.

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