Senadores da oposição e até um de um partido da base aliada, o PMDB, partiram para o ataque nesta quinta-feira contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusando-o de responsabilidade pelos escândalos de corrupção do governo. A maioria argumentou que Lula foi no mínimo omisso. A artilharia mais pesada partiu do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM):
- Chega dessa história de Lula não saber das coisas - disse.
O senador acrescentou, sobre a possibilidade de Lula não ter tido conhecimento do suposto esquema de corrupção:
- Ele é um idiota. E, se sabia, é um corrupto.
A fúria de Virgílio pode ter tido um motivo: a pergunta feita pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS) na CPI dos Correios a Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, que presta serviços à estatal. Fontana, que é suplente na CPI, indagou se a Skymaster havia colaborado para a campanha do senador tucano. Virgílio foi à tribuna nesta quinta para repudiar o que classificou como provocação. E afirmou que a empresa colaborou com R$ 50 mil para sua campanha (que custou pouco mais de R$ 1,6 milhão) como pessoa jurídica, o que é legal.
- Eu não sou Delúbio, nem Sílvio Pereira nem José Dirceu. Não faço parte desse governo corrupto. O governo não pode tentar se defender acusando pessoas - contratacou.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), quando um presidente da República não exerce a autoridade inerente ao cargo "torna-se omisso, conivente e cúmplice da corrupção que surge dentro de seu governo". Já o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) afirmou que, no Palácio do Planalto, todos são suspeitos, inclusive o presidente, no mínimo por omissão.
- Não se pode separar o joio do joio, estão todos no mesmo saco. Não é possível excluir o presidente das investigações, se bem perto dele há tantos corruptos. Lula e o PT ressuscitaram o clima do governo mais corrupto que já houve no Brasil, o do Collor. Não há outro jeito: é preciso puni-los todos, doa a quem doer - destacou.
O senador Mão Santa (PMDB-PI) aproveitou a onda de ataques para bater em outro tema. Ele acusou o presidente de abusar da edição de medidas provisórias, que teriam paralisado os trabalhos no Congresso, e de não ter apresentado propostas de leis importantes para o país.
Os ataques ao presidente Lula acontecem dois dias depois da divulgação de uma pesquisa CNT/Sensus que mostra aumento da avaliação positiva do presidente e do governo, apesar dos escândalos. Para a maioria dos entrevistados, Lula não tinha conhecimento prévio das denúncias sobre corrupção e mensalão.
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