A oposição segue unida no propósito de presidir a CPI da Petrobras, que já foi criada e está na fase de indicação dos integrantes. A união, no entanto, não se estende ao candidato para ocupar a função. O PSDB quer o autor do requerimento, Álvaro Dias (PR), na presidência, enquanto o DEM argumenta que o nome do senador ACM Júnior (BA), teria mais facilidade de aceitação pelo governo. Uma nova reunião na tarde desta quinta-feira (21) não conseguiu avançar no entendimento.
Segundo o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), a conversa desta tarde foi para aparar arestas. A grande divisão do momento, no entanto, não foi resolvida. "Nós temos a candidatura do senador Álvaro Dias. O DEM acha um bom nome, mas defende o senador ACM Júnior. São senadores de estilos diferentes, mas com a mesma seriedade".
Enquanto o tucano defende que a oposição insista no nome de Dias, o líder do DEM, José Agripino (RN), ressalta a necessidade de ser um candidato com possibilidade de vencer. Por este motivo, Agripino defende o correligionário ACM Júnior. "Nenhum dos dois partidos deseja ter candidato para não ter êxito. Então ficamos na dependência da aceitação dos outros oito integrantes".
Por isso, a definição até do candidato da oposição ficou para a próxima semana. Os líderes do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do PT, Aloízio Mercadante (SP), deixaram a escolha dos integrantes da CPI para terça-feira (26), após conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retorna do exterior no final de semana.
Segundo Agripino, a oposição só vai definir seu nome após a decisão da base sobre a divisão do comando. Os partidos aliados ao governo indicaram 8 dos 11 titulares da comissão.
Nesta quinta-feira, a oposição sofreu mais uma derrota. Os partidos haviam reivindicado junto ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mais uma vaga na CPI. Eles queriam que fosse levada em conta a proporcionalidade da posse da legislatura, em 2006. Sarney negou o pedido dizendo que a bancada atual é o critério para a divisão dos cargos em CPI.