A oposição promete retomar convocações na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades na Petrobras. Um dos nomes na pauta é Julio Camargo, primeiro empresário a firmar acordo de delação premiada em decorrência da Operação Lava Jato. Executivo da construtora Toyo Setal, Camargo já havia sido listado para depor em maio, mas o requerimento nunca foi levado a votação pelo colegiado.
Na justificativa para a convocação, o requerimento da CPMI argumentava que "empresas fornecedoras precisavam se associar a um "clube", pagar uma taxa que variava de R$ 300 mil a R$ 500 mil e se comprometer a repassar uma parte do valor dos contratos para um caixa que era dividido entre intermediários do negócio, diretores da estatal e políticos".
O requerimento foi tirado da pauta de votações após um acordo proposto pela base do governo. Agora, os deputados tentam convocar nova reunião extraordinária para pautar os requerimentos. "Vamos colocar de volta esse requerimento e também outros, para começar o ano com novas investigações sobre as denúncias da Petrobrás", afirmou Julio Delgado (PSB-MG).
O pedido para ouvir o executivo foi feito pela oposição três semanas após o empresário participar, junto com a presidente Dilma Rousseff e a presidente da Petrobrás, Graça Foster, da assinatura do contrato de R$ 2,09 bilhões para construção de uma unidade fertilizantes da estatal em Minas Gerais.
A unidade de fertilizantes começou a ser gestada ainda em 2011 pela diretoria de abastecimento. Em entrevista ao Broadcast, em junho, Graça Foster havia descrito o projeto como um dos que lhe dava mais "orgulho" por considerar um "exemplo de métricas" de gestão. Questionada à época sobre as investigações da Polícia Federal sobre os contratos da Toyo Setal, Graça disse não saber da investigação.
A empreiteira foi convidada a participar da licitação para construção da unidade batizada de José Alencar (Fafen-JA). A obra integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fica em Uberaba (MG). A Toyo Setal também tem contrato ativo de R$ 1,3 bilhão para a construção de uma usina no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A empreiteira também atuou em outras obras ligadas à área de influencia de Paulo Roberto Costa na estatal.
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