A oposição desistiu de ouvir o depoimento do representante da Fundação Cobra Coral na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado. O requerimento para ouvir a entidade esotérica sobre as causas do apagão que atingiu 18 Estados do País havia sido aprovado, na semana passada, a pedido do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). Nesta quarta, Virgílio concordou com o cancelamento da reunião e admitiu que a intenção, com o convite à entidade esotérica, era dar visibilidade à manobra do governo de blindar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no caso do apagão.
Durante a reunião da comissão de Ciência e Tecnologia nesta manhã, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) pediu o cancelamento da audiência, que ainda não tinha data marcada. "É inadmissível perdermos tanto tempo com uma bobagem dessas", disse o senador, que foi atendido pelo presidente do colegiado, Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
"É inadmissível que tenhamos um requerimento que não quer explicar nada", alfinetou o senador tucano, referindo-se ao requerimento aprovado nas Comissões de Assuntos Econômicos, de Infraestrutura e de Ciência e Tecnologia que convida os ministros Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Edison Lobão, de Minas e Energia, para falar sobre as causas do apagão, além de 18 técnicos e autoridades do setor. Os convidados deverão participar de várias audiências, em dias diferentes, e os ministros devem ser os últimos a abordar o assunto.
A oposição é contra a presença de tantas pessoas nas audiências, pois acredita que o depoimento delas esvaziará o debate e, assim blindará a ministra Dilma de eventuais críticas dos parlamentares. A estratégia da oposição era debitar na conta dela o prejuízo político pelo blecaute, uma vez que Dilma é ex-ministra de Minas e Energia.
O site da Cobra Coral na internet explica da seguinte forma o trabalho da entidade: "A Fundação Cacique Cobra Coral foi criada para intervir nos desequilíbrios provocados pelo homem na natureza. Fundada por Ângelo Scritori e tendo à frente sua filha Adelaide Scritori, também médium, que incorpora o espírito e mentor Cacique Cobra Coral, que também já teria sido de Galileu Galilei e Abraham Lincoln. Ângelo Scritori morreu aos 104 anos, no ano de 2002.
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