A audiência em que o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, vai comparecer à Assembléia Legislativa, na quinta-feira, deve ser palco de mais um embate entre o governo e a oposição. Enquanto os governistas apostam no esclarecimento do contrato entre a Sanepar e a Pavibrás, os oposicionistas pretendem não restringir seus questionamentos somente a esse caso.
O líder da oposição na Assembléia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), afirma que vai pedir ao presidente da Sanepar que explique outros contratos, como o que se refere à fraude em apólice de seguro das obras de saneamento que a Pavibrás realizava no litoral, supostamente firmado com a seguradora Sulina, que negou haver apólice.
A oposição acusa a Sanepar de ter tocado uma obra sem seguro que cobrisse eventuais prejuízos. Para Rossoni, as explicações da empresa dadas nesta semana a respeito do seguro não foram suficientes. "Estamos falando de uma fraude. Encaminhamos um requerimento para que sejam encaminhados à Assembléia contratos e as apólices de todas as obras da Sanepar."
A Sanepar divulgou nota na Agência Estadual de Notícias, na quarta-feira, explicando que o seguro das obras estava garantido, mesmo a apólice sendo falsa (um corretor havia falsificado o documento). Segundo a nota, a Sanepar exigiu da Sulina o cumprimento do contrato, mesmo com a falsificação, baseada em decisões judiciais anteriores, que, em casos semelhantes, garantiram a responsabilidade solidária da corretora e da seguradora.
Já o líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), acredita que a apresentação vai esclarecer as dificuldades de execução do contrato com a Pavibrás. O deputado diz que a obra foi iniciada no governo Lerner, sendo dada ordem de serviço sem a devida licença ambiental, além de a licitação ter sido ganha com preço visivelmente abaixo do orçamento real. "As decorrências do problema contratual estão nesse início", afirma.
Romanelli diz que Jacob já foi à Assembléia e explicou o assunto para alguns deputados. "Quando se ouve as explicações, percebe-se que a história tem começo, meio e fim. Espero que a apresentação se dê sem recursos de retórica política da oposição." O deputado deu como exemplo de factóide político a denúncia de Rossoni sobre a apólice de seguro.
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