Com 272 votos a favor, a chapa da oposição venceu a disputa e vai comandar a Comissão Especial do Impeachment. A chapa governista obteve 199 votos na votação, que foi secreta. Com o resultado, a comissão será formada por oito deputados do PMDB e seis do PSDB. Os partidos PSB, PSD e PP terão quatro representantes, enquanto o PTB terá três. A comissão terá ainda seis integrantes de SD, DEM e PSC, cada um com dois dois deputados, e quatro de PPS, PEN, PHS e PMB, que contribuirão com um representante cada. Confira a lista com os nomes dos deputados abaixo.
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Confira a composição da chapa vencedora
Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse que o clima durante a votação foi de “vale tudo” e que o partido vai recorre ao STF. “Os mecanismos utilizados geraram esse resultado em uma eleição artificial desobedecendo a regra regimental. Estamos seguros que o Supremo vai reverter essa decisão”, afirmou o líder. “Esse processo está viciado e não vai ficar assim”, disse Sibá Machado (PT-AC)
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) também comentou a derrota do governo. “Essa decisão é nula, contraria a Constituição. Esse processo é temerário, não reconhecemos o resultado. O procedimento foi totalmente absurdo, uma condução autoritária jamais vista”, criticou o petista.
Após a leitura do resultado da votação, deputados da oposição comemoraram a vitória cantando “Está chegando a hora e a Dilma já vai embora”. A base governista respondeu aos gritos: “Não vai ter golpe”.
BATE-BOCA
A sessão para definir os integrantes da comissão começou com confusão, empurra-empurra e tensão no plenário da Câmara. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu a votação, de forma secreta, às 17h18m, logo após proceder a leitura dos integrantes das chapas e como seria o procedimento. Aos gritos de “É a chapa 2”, aliados de Cunha e deputados da oposição começaram a votar nas urnas instaladas na lateral do plenário.
Contrários à oficialização da segunda chapa e à votação secreta, deputados do PT tentaram impedir a votação. Eles pediram questões de ordem, que foram rejeitadas por Cunha. Diante das negativas do presidente da Câmara, os parlamentares se postaram em frente às cabines de votação, dizendo que iriam obstruir a sessão.
“Vocês estão atropelando o direito, querem que seja na marra. O presidente atropelou o plenário e quer impor, não aceita a questão de ordem. Ele está usando o poder de presidente e estamos aqui obstruindo. Vamos ter que obstruir aqui”, disse o deputado Jorge Solla (PT-BA).
Outro parlamentar que participou da tentativa de obstrução foi Afonso Florence (PT-BA), que jogou computadores usados para votação no chão. Deputados disseram que apenas três das 14 urnas eletrônicas estavam funcionando. Técnicos da área de informática foram chamados para reativar os equipamentos danificados.
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), pediu calma. “Calma, gente. Essa votação vai ser inviabilizada pelo Supremo daqui a pouco mesmo”, argumentou o peemedebista, que disse que estava, no momento, apenas observando a confusão.
Já os deputados Jorge Solla (PT-BA) e José Carlos Aleluia (DEM-BA) chegaram a brigar em plenário. Solla explicou que foi empurrado por Aleluia, e que a agressão resultou na quebra de uma das urnas. “O deputado veio para cima de mim, bufando, me empurrou. Fui agredido. Além de tudo, são agressores”, disse o petista. “Tem uma questão de ordem desde as 15h e a Mesa não responde. Não nos restou outra forma que não tentar obstruir”, completou Solla.
Mesmo deputados que não são da base governista estavam indignados com a votação secreta. “Voto secreto é coisa de covarde: se eu vier votar, vou rasgar essa cortina. Vocês estão com medo do quê?”, bradou, exaltado, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). “Ele (Cunha) quebra a norma democrática. Isso é o fim da picada. Ninguém vai esconder meu voto, meu voto vai ser aberto. Golpista”, concluiu.
A chapa “oficial” para a comissão do impeachment recebeu a indicação de 49 deputados por líderes de 20 partidos. Já a chapa alternativa, a chapa 2, teve 39 indicações.