Delcídio Amaral promoveu um corte de cerca de R$ 13 bi em gastos do governo| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

A Comissão Mista de Orçamento aprovou ontem o relatório final de despesas de 2009 prevendo valor recorde de R$ 19,7 bilhões para emendas parlamentares, quase duas vezes mais do que o corte realizado nos gastos do Executivo para adaptar a peça orçamentária às perdas esperadas de receita com a crise econômica. As bancadas receberam R$ 9,2 bilhões, enquanto os projetos individuais de deputados e senadores, outros R$ 5,9 bilhões, e os adendos das comissões temáticas, mais R$ 4,1 bilhões.

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O volume de recursos destinados pelo relator, senador Delcídio Amaral (PT-MS), aos projetos dos parlamentares surpreendeu pelas circunstâncias atuais da crise. Pela primeira vez na história recente, os técnicos reviram a arrecadação do Orçamento para um patamar abaixo do previsto pelo próprio governo. Em valores brutos, a receita original do projeto era de R$ 808,8 bilhões, enquanto o relatório aprovado ontem estipulou R$ 802,8 bilhões.

Para driblar essa queda de receita e atender às emendas, o relator promoveu um corte de R$ 10,2 bilhões nos gastos de custeio, R$ 1,3 bilhão nos investimentos, R$ 1 bilhão nas inversões financeiras e R$ 403 milhões nas despesas com pessoal. Os recursos de transferências para estados e municípios vinculados aos tributos federais também foram revistos para baixo em R$ 3,4 bilhões.

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Com isso, o relator pode compensar a perda de arrecadação e juntar uma boa quantia para destinar aos projetos dos parlamentares. Com as emendas, os investimentos pularam de R$ 37,9 bilhões na proposta do Executivo para R$ 47,3 bilhões no relatório que deverá se transformar em lei orçamentária. O Ministério das Cidades foi o que obteve a maior ampliação de recursos para essa finalidade (R$ 2,2 bilhões), seguindo pela pasta do Turismo (R$ 2 bilhões) e pela Integração Nacional (R$ 1,3 bilhão).