A ordem de prisão de Nestor Cerveró estava expedida pela Justiça Federal desde o dia 1º de janeiro, segundo revelou o advogado do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Edson Ribeiro. O advogado afirmou ainda que considerou risível a justificativa para a detenção de seu cliente. Cerveró foi preso na madrugada desta quarta-feira (14/01) quando retornava de viagem à Inglaterra e foi encaminhado à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O MPF assegura ter obtido informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) de que logo após o recebimento da denúncia e durante o recesso do Judiciário, que o ex-diretor tentou transferir para sua filha R$ 500 mil. Cerveró também transferiu recentemente, conforme noticiou o jornal O GLOBO, três apartamentos adquiridos com recursos de origem duvidosa, em valores nitidamente subfaturados: há evidências de que os imóveis possuem valor de mais de R$ 7 milhões, sendo que a operação foi declarada por apenas R$ 560 mil.
Segundo Ribeiro, Cerveró tentou de fato transferir R$ 500 mil para sua filha, que sofre de uma doença, e o dinheiro poderia ser necessário para alguma emergência enquanto estivesse fora do pais. Mas não o fez, disse o advogado. A outra justificativa para a ordem de prisão de Cerveró, por conta da transferência de imóveis para familiares, o advogado diz não acreditar que o magistrado responsável pelo processo tenha considerado isso um crime.
"Me recuso a acreditar que um juiz tenha considerado isso crime. Não existem elementos para essa prisão. Doutor Sergio Moro jamais faria isso. Foi um juiz de plantão", disse o advogado, que acrescentou:
"Se isso fosse crime, transferir bens antes de qualquer denúncia, então porque não mandaram prender a presidente da Petrobras, Graça Foster, que também transferiu imóveis para familiares. Isso não é crime."
O advogado afima que nem ele, nem Cerveró, tinham conhecimento que a ordem de prisão já estava expedida desde o início de janeiro. Ribeiro afirmou ainda que seu cliente não era um foragido, e que informou à Justiça que Cerveró viajaria para Inglaterra.
"Meu cliente estava em Cambridge, voltou e prestaria depoimento na quinta ao MP do Rio sobre vazamento de informações sobre Pasadena e seria citado, em casa, na sexta-feira, sobre a denúncia que corre no Paraná. Ele sempre colaborou com a Justiça", afirmou.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras foi preso pela Polícia Federa, pouco depois da 0h30m desta quarta-feira, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Ele voltava ao Brasil num voo que vinha de Londres. Após ser retirado de dentro de uma aeronave, antes mesmo de desembarcar, ele foi encaminhado para uma sala da Polícia Federal no aeroporto, de onde foi encaminhado para a delegacia da PF de Curitiba, onde estão presos os outros investigados na Operação Lava Jato.
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