O menino Fábio Camargo, ao lado do pai (camisa escura), ouve discurso do ex-governador Ney Braga na campanha eleitoral de 1982| Foto: Arquivo pessoal de Fabio Camargo

Trajetória

Fabio Camargo já trocou de partido três vezes.

2000 – Elege-se vereador de Curitiba pelo PSC com 8 mil votos. É eleito vice-presidente da Câmara de Curitiba.

2002 – Concorre a deputado estadual pela primeira vez. Obtém 34 mil votos, mas não consegue a vaga na Assembléia Legislativa uma vez que a legenda obteve apenas uma cadeira e Fabio ficou como primeiro suplente.

2004 – Com 18 mil votos, Fabio novamente é eleito vereador em Curitiba – agora pelo PFL. Torna-se primeiro-secretário da Câmara.

2006 – Elege-se deputado estadual pelo PFL, mandato que ainda exerce,. É convidado pelo vice-presidente nacional do PTB, Flavio Martinez, a ingressar no partido, para concorrer à prefeitura de Curitiba em 2008.

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Em homenagem ao Coxa, na Assembléia Legislativa: time do coração
Com a esposa, Giovana, as filhas Jéssica e Mikhaella e o caçula, Raffael
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Talvez poucos reconheçam, mesmo olhando de pertinho, mas o polaco de jaqueta e braço cruzado que aparece na foto acima, assistindo ao discurso do ex-governador Ney Braga (ao centro falando ao microfone), é Fabio Camargo, na época com 9 anos de idade.

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Fabio de Souza Camargo nasceu em Curitiba em 17 de abril de 1973. Passou os primeiros nove anos em cidades do interior, acompanhando o pai, Clayton Camargo, que era promotor de Justiça. A volta definitiva para a capital paranaense se deu em 1982. E foi nesta época, no início da década de 80, acredita o pai, que Fabio teria tomado gosto pela política.

O polaco, um dos apelidos de infância de Fabio, não estava naquele palanque ao lado de Ney Braga por acaso. Ele acompanhava o pai (do lado esquerdo) que se arriscava numa breve vida política. "Foi uma fase muito curta da minha vida. Eu era promotor (de justiça) quando recebi um convite-convocação do Ney Braga, que era muito amigo do meu pai, para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa do Paraná. Fiz três meses de campanha e conquistei pouco mais de 20 mil votos. Fiquei na suplência do PDS, mas graças a Deus nunca assumi", relembra Clayton, hoje desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná.

Quando não estava "assessorando" o pai na campanha, Fabio levava uma infância normal, como de qualquer criança. "Ele não parava em casa. Adorava jogar futebol com os amigos e já fazia sucesso com as meninas", relembra a irmã Vanessa de Souza Camargo – três anos mais velha que ele – hoje juíza titular da 4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.

A vida acadêmica de Fabio se passou no Colégio Positivo e no Lins de Vasconcelos, onde ele acredita ter de fato se aproximado da política. Foi um aluno regular, com mais dificuldade em matemática e facilidade em história do Brasil. Reprovou a 5ª e a 7ª série, atraso recompensando durante o supletivo que fez pouco antes de entrar na Faculdade de Direito da Universidade Tuiutí do Paraná.

"Meu pai queria que eu fosse juiz. Quando lancei minha campanha para vereador em 2000, pelo PSC, não tive apoio da minha família. Hoje é diferente, o apoio é total", compara Fabio Camargo.

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Ex-office-boy

Antes de ingressar na política, Fabio teve uma série de experiências profissionais: já foi lojista, office-boy, vendedor de carro, trabalhou numa indústria de papel e foi dono de imobiliária e de um restaurante. Hoje, diz Fabio, exerce a advocacia.

Sobre os rumores de que seria proprietário de casas noturnas em Curitiba, Fabio rebate: "Isso é uma lenda urbana". Mas, admite ser sócio formal da casa de show Master Hall. "Advogo para a Master Hall e recebo meus honorários em percentuais da sociedade – algo em torno de 30%. Mas, juridicamente não sou o dono", diz.

Ainda antes da política veio o primeiro casamento, aos 18 anos, e a primeira filha – Jéssica, hoje com 17 anos. Aos 20, Fabio se separou e voltou a casar em 1997 com a atual esposa, Giovana Maria de Medeiros Iatauro Camargo, de 35 anos, com quem tem Mikhaella, de 9 anos, e Raffael, de 6. O sobrenome dela entrega o parentesco: ela é filha do atual secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro. "O Fabio é um excelente pai e marido", avaliou o sogro.

Giovana conheceu o marido no bar Banana Brasil e quem fez o papel de cupido foi o agora deputado estadual Ney Leprevost, que na época era dono do bar. "Eu estava com umas amigas na mesa. O Fabio já estava lá no bar, porque ele conhecia o Ney. Depois que ele (Ney) nos apresentou, nós ficamos conversando e daí aconteceu. Ficamos algumas vezes e passamos a namorar", relembra Giovana. Mas a fama de Fabio de namorador, relatada tanto pelo pai quanto pela irmã, chegou aos ouvidos da pretendente. "Ele era terrível, mas muito romântico", diz Giovana, citando uma vez em que fazia unha no salão e foi surpreendida com um buque de flores. "Lembro que quando o Fabio era pequeno, minhas amigas, que eram mais velhas, diziam: ‘quando esse menino crescer...", conta Vanessa.

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A época de namorar passou, se diverte Fabio. "Tenho uma linda família e sou muito feliz", frase compartilhada pela esposa. Mas nem tudo são flores. Giovana conta que Fabio tem um temperamento explosivo, é ciumento e possessivo. "Às vezes tenho que trocar de roupa porque ele não gosta. Mas como sou mais tranqüila acabo fazendo a vontade dele. Até porque o respeito é tudo num relacionamento", diz ela, citando ser estes os defeitos do marido. "Todos têm defeitos, mas no caso dele as qualidades sempre superam", completa.

Defeito

Para o pai, e para o próprio Fabio, o maior defeito é a ansiedade. Tanto é, cita Clayton, que com 14 anos Fabio aprendeu a dirigir no pátio do TJ. "Levava ele no fim de semana, que tinha menos movimento. Bastaram duas ou três aulas". O difícil, relembra, era impedir que ele pegasse o carro. "Até onde eu sei, ele nunca ‘roubou’ o carro", completa Clayton. As qualidades são apontadas pelo pai e por Giovana. "Carinhoso, ótimo pai e trabalhador".

A vida política de Fabio, atualmente é deputado estadual, chega a incomodar um pouco a esposa. "As vezes é difícil, porque as pessoas julgam sem saber, criticam e discriminam. Mas eu apóio meu marido sempre, no que ele decidir", afirma Giovana.

Com o início da campanha, Fabio confessa que o tempo com os filhos ficou mais escasso. Normalmente, conta a esposa, a família tira o fim de semana para ir para praia, onde Fabio pratica o hobby predileto: esquiar. "Quando tínhamos apartamento em Guaratuba íamos para lá. Agora vamos mais para Porto Belo (SC) porque minha mãe tem casa lá. Só que com a correria da campanha não temos mais ido", revela.

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Além da praia, outro programa certo da família Camargo é se reunir aos domingos. "Esses encontros acontecem na minha casa, na da minha irmã, do meu pai e até na casa do meu sogro", conta Fábio. Mas, dependendo do domingo, o almoço não se estica. Quando tem jogo do Coritiba o estádio Couto Pereira é o destino de Fabio. "Sou louco pelo Coxa. Sou sócio do clube e sempre que posso vou aos jogos", conta.

Apesar da correria com a campanha política, Fabio se desdobra para cumprir seus compromissos profissionais e pessoais. "Tenho que estar bem pessoalmente, para também estar bem na vida política", conclui.