Recife - O decreto de expulsão, assinado pelo então presidente João Baptista Figueiredo, foi revogado em 1993 pelo presidente Itamar Franco. Mas isso não livrou o padre Vito Miracapillo de constrangimentos quando vem ao Brasil e precisa passar pelo visto da Polícia Federal. Nunca deram baixa do decreto de expulsão na PF. Os agentes lhe perguntam os motivos da expulsão, fazem indagações e ratificam para ele tomar cuidado. Só pode ficar três meses como turista.
O padre não entende por que o governo cria tantas dificuldades para ele, mas concede asilo a Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália.
"São dois casos muito diferentes, mas não consigo ver como ele [o ativista] conseguiu logo a solução do caso. Realmente não entendo essa situação", afirmou Miracapillo por telefone, de Andria (Itália), onde reside atualmente.
Na próxima semana, seus advogados, Pedro Eurico de Barros e Albézio Farias, vão a Brasília encaminhar a solicitação do padre diretamente ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Caso o impasse permaneça, vão apelar às cortes superiores.
Miracapillo acha estranho não terem dado baixa do decreto de expulsão na PF. Lembra que o Brasil mudou, que o próprio Estatuto do Estrangeiro foi alterado e que os exilados voltaram.
"É o último exilado", ironiza Pedro Eurico, que reclama dos entraves burocráticos e da falta de interesse do governo.
Os dois advogados ressaltam que não vão pedir novo visto de permanência, mas que o anterior seja revalidado.
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