Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro| Foto: André Mourão/Ag. O Dia

Contrário a uma eventual aliança do PMDB do Rio com o PSDB, que deve ser confirmada na segunda-feira (23), o prefeito da capital, Eduardo Paes (PMDB), disse, em nota, que tal situação representa "um bacanal eleitoral, e o Rio não pode ser vítima dele".

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Sem mencionar o acordo que está praticamente selado, Paes disse que continua a defender a aliança da presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o alinhamento entre os governos federal, estadual e municipal.

"O conjunto de avanços que o Rio e a população vêm colhendo nos últimos anos é resultado de uma soma de forças políticas que têm trabalhado de maneira coerente [...] Em razão dessa mesma coerência, e para que o Rio de Janeiro não corra o risco de voltar a ser um campo de batalha onde o maior prejudicado é o cidadão, eu continuo defendendo a chapa Dilma, Pezão e Dornelles [Francisco, atual senador pelo PP]. Depois da suruba, o que se vê agora é o bacanal eleitoral, e o Rio não pode ser vítima dele", disse, em nota distribuída pela assessoria do prefeito.

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O "bacanal" citado pelo prefeito faz coro a uma declaração do deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ), que classificou como uma "suruba" o apoio de seu partido a Lindbergh Farias (PT) na disputa pelo governo do Estado. Sirkis é um dos principais aliados de Marina Silva e se opunha à aliança, pela qual o PT cedeu a vaga ao senado ao deputado federal Romário (PSB-RJ).

Ao defender a manutenção do apoio ao PT, Paes disse que, desde 2009, "as brigas políticas que nada tinham a ver com o interesse do Rio de Janeiro e dos cariocas foram substituídas por uma aliança capaz de trazer muitas conquistas para a cidade".

"A parceria entre nós, da prefeitura, o presidente Lula e o [ex] governador [Sérgio] Cabral, e agora a presidente Dilma e o governador Pezão, tem permitido tirar do papel projetos há décadas prometidos e inviabilizados justamente pelos constantes desentendimentos entre governantes anteriores", afirmou o prefeito.

A posição de Paes, porém, é minoritária no partido. O PMDB do Rio deverá convidar o vereador e ex-prefeito da capital Cesar Maia (DEM) para compor a chapa do governador do Estado e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Maia é pré-candidato ao governo do Estado mas, se aceitar o acordo, deverá disputar o Senado no lugar do ex-governador e ex-senador Sérgio Cabral (PMDB). A convenção do DEM está marcada para quarta-feira (25).O PMDB estadual convocou a imprensa para uma entrevista coletiva em que anunciará "fato de grande relevância para a política do estado às vésperas das eleições" na segunda-feira (23), mas não adianta o teor do encontro.

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A reviravolta no quadro político do Rio dependeria apenas de uma reunião final entre Maia e o senador e candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB), fiador da aproximação. O encontro, segundo o líder do DEM, ocorreria ainda na noite deste domingo.

Quem mais perderia com essa união é a presidente Dilma Rousseff (PT). Ela formalmente tem o PMDB em sua base, mas um movimento político articulado pelo presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, esvaziou o apoio: em 5 de junho, ele reuniu mais de mil correligionários do PMDB e de outros partidos em uma churrascaria da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em um almoço de apoio a Aécio - pregando abertamente o 'Aezão', que seria a campanha combinada para Aécio e Pezão.

Firmado o acordo, é possível que o PSDB do Rio e o PPS engrossem a chapa de Pezão e deem a ele mais tempo de TV. Neste caso, apenas o governador Pezão e outros poucos líderes seguiriam a orientação nacional do PMDB, que definiu apoio a Dilma na reeleição.

Assim, Dilma ficaria apenas com o palanque de Lindbergh Farias (PT), que concorre ao governo do Estado. Mas ela terá de dividir também este espaço com o adversário Eduardo Campos (PSB), uma vez que que o Romário disputará o Senado na chapa de Lindbergh.

A análise do PMDB carioca é que, após aceitar a aliança do PT com o PSB no Rio, a Direção Nacional petista não poderá se queixar de uma chapa com dois candidatos a presidente.

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