A página no Facebook Vem pra Rua Curitiba foi invadida na tarde da última sexta-feira (29) e mantida por outros administradores até a manhã desta segunda-feira (1º). O movimento, que conta com cerca de 4,6 mil seguidores, é um dos apoiadores ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e organiza protestos e atos na capital paranaense, seguindo o movimento nacional.
Conforme relato da advogada Patricia Mascarenha, uma das quatro administradoras da página, um grupo intitulado Juventude Combativa, que usa como logomarca uma pessoa encapuzada, conseguiu acessar o perfil do Facebook dela, retirá-la da administração da página e assumir o comando das postagens. Os perfis dos outros administradores também foram removidos e as fotos do grupo, alteradas. “Depois disso, eu tive dificuldade de acessar meu próprio perfil”, conta Patricia.
O grupo postou algumas mensagens entre sexta-feira e domingo: “Atenção, o Grupo Juventude Combativa acaba de invadir esta página” e “A página é nossa, agora sem mais. Chamar a gente de vândalo é elogio” foram algumas das postagens no grupo. Também houve compartilhamento de textos favoráveis aos black blocs e denegrindo a imagem de integrantes de movimentos pró-impeachment.
A partir da invasão, Patricia decidiu organizar uma nova página do Vem pra Rua Curitiba no Facebook e começou, já na noite deste domingo (31), a fazer a divulgação do conteúdo. “Então, chegou uma nova mensagem no meu celular dizendo que estavam tentando novamente acessar o meu perfil de um meio desconhecido”, disse.
Quando conseguiu recuperar o perfil pela segunda vez, já na manhã desta segunda, ela percebeu que a invasão à página inicial do Vem pra Rua Curitiba havia cessado. Ela prestou queixa sobre as invasões na Delegacia de Crimes Virtuais de Curitiba. “Eles tentaram denegrir a imagem do movimento e diminuir o canal de comunicação para a organização de novos protestos”, diz Patricia.
Novos atos do Vem pra Rua estão marcados para o próximo dia 13 de março em todo o Brasil. Conforme relatou a advogada, o grupo invasor da página pretendia interromper outros perfis ligados ao protesto até esta data. A organização teria conseguido, segundo ela, invadir também a página do Movimento Brasil Livre de Caxias do Sul (RS), que conseguiu recuperar a administração do perfil nesta segunda-feira.