José Roberto Nanni, pai do estudante de jornalismo Fábio Le Semechal Nanni, de 21 anos, que esfaqueou no coração o colega de classe Rafael Azevedo Fortes Alves, 21, disse que está "profundamente abalado" e lamenta o crime. Fábio foi preso em flagrante após matar Rafael, na manhã de sexta-feira dentro da Rádio USP, no campus da Universidade de São Paulo (USP). Fábio está preso no 91º DP (Ceasa). Ele deve ser transferido na segunda-feira para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Osasco.
Segundo o pai de Fábio, as causas do crime são desconhecidas. "Só Deus sabe o que aconteceu", afirma. Ele disse ainda que conhecia Rafael e gostava muito dele. Rafael e Fábio eram colegas de classe no segundo ano de jornalismo da USP. Eles dividiam uma república na Vila Indiana, na zona oeste, com outros dois amigos.
No dia do crime, um professor da USP presenciou o resgate de Rafael e a prisão de Fábio e fez fotos com a câmera do telefone celular. Segundo o professor, que não quer ter sua identidade revelada, Fábio, ao ser detido, disse: "Vocês não sabem, ele acabou com a minha vida".
Rafael morreu no hospital da universidade e foi enterrado na manhã de sábado, em Caieiras, na Grande São Paulo, com a presença de diversos colegas de faculdade, amigos e familiares. O caixão foi carregado por parentes, ao som da música "Tente outra vez", de Raul Seixas, cantada por seus colegas. Uma faixa com os dizeres "Nossas lutas, sonhos e ideais são os mesmos. Valeu brother!" foi colocada sobre o caixão do estudante.
Fátima Guimarães, 44, amiga da mãe de Rafael, disse que os pais do rapaz estavam preocupados com a amizade entre os dois. "A família disse para Rafael que não se envolvesse nos problemas emocionais de Fábio", afirmou. Ela disse, ainda, que a família havia pedido a Rafael para sugerir que Fábio procurasse ajuda profissional de psicólogos. Rafael era "um confidente dos problemas de Fábio", segundo Fátima. Rafael não chegou a comentar com a família a natureza dos problemas emocionais do amigo, de acordo com Fátima.