O pai de Diego da Silva, de 18 anos, um dos acusados da morte do menino João Hélio Fernandes Vietes, de 6 anos, que foi arrastado até a morte, vai receber proteção especial da Polícia Militar do Rio. O comando do 9º BPM (Rocha Miranda) informou que o policiamento nas imediações da casa de Kueginaldo Marinho da Silva, na Rua Borneo, em Cascadura, no subúrbio, será reforçado. Durante a madrugada, a casa dele foi atacada a pedradas.
Porteiro de uma escola privada, Kueginaldo disse que não se arrepende de ter denunciado o filho à polícia. E explicou o porquê: havia perdido o controle sobre Diego, que se envolveu em vários crimes. Ele esteve na 30ª DP (Marechal Hermes, no subúrbio), onde o filho permanece preso, aguardando transferência para a Polinter. Amargurado, Kueginaldo pediu, de novo, desculpas à família do menino morto, reafirmando que Diego tem que pagar pelo crime que cometeu.
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O porteiro contou que está passando por um momento difícil. A casa dele, que fica nas proximidades do local onde o carro e o corpo do menino foram abandonados, sofreu um ataque durante a madrugada. Atiraram pedras na janela, que ele não sabe se partiu de gente ligada ao filho ou revoltada com o crime que abalou muita gente no Rio.
Terceiro suspeito
Policiais da 30ª DP (Marechal Hermes, subúrbio do Rio) foram ao Morro das Congonhas, em Madureira, também no subúrbio, à procura de um terceiro envolvido na morte do menino João Hélio. O nome do suspeito não foi divulgado, mas ele é foragido da Justiça, irmão do menor de 16 anos preso na quinta-feira (8) e estaria escondido na casa de uma ex-namorada.
"Estamos investigando a denúncia de formação de quadrilha", explicou o delegado Hércules Pires do Nascimento. A suspeita de que um terceiro homem teria participado do assalto à família de João Helio apareceu no depoimento de Diego da Silva: ele voltou atrás e, agora, declarou que não estava na direção do carro, que, na rota de fuga, segundo testemunhas, fazia zigue-zague na tentativa de se desvencilhar do corpo do menino. O carro percorreu ruas de quatro bairros arrastando o corpo da criança: Osvaldo Cruz, Madureira, Campinho e Cascadura.
O delegado informou que pretende indiciar Diego por latrocínio que é o roubo seguido de morte. Ele pode ser condenado a até 30 anos de cadeia. Já o menor de 16 anos será enquadrado no Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, cumprindo medida sócio-educativa. Em três anos, ele estará em liberdade.
No momento, a polícia está tomando o depoimento de uma testemunha que assistiu o assalto na noite de quarta-feira(92), desde o momento em que mãe, de 41 anos, a filha, de 13, e o menino morto foram rendidos nas proximidades da Praça Patriarca, em Osvaldo Cruz, quando voltavam de um culto de um centro espírita kardecista.
"Este depoimento é muito importante porque vai estabelecer a culpa dos acusados. A testemunha afirma que emparelhou o seu carro com o dos bandidos e avisou que eles estavam arrastando uma criança. Eles não podem alegar que não sabiam", informou o delegado Pires do Nascimento.
Na operação da quinta-feira(8), que levou à prisão dos dois suspeitos, foi detido um jovem identificado como Tiago, de 19 anos, que, segundo investigações preliminares da polícia, não teria envolvimento com o assalto. Mas o delegado desconfia que Tiago faça parte da quadrilha de roubo de automóveis que agia na região.