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Os pais do menino João Hélio - morto após ser arrastado preso em cinto de segurança do carro, por aproximadamente sete quilômetros - percorrem na tarde deste sábado as ruas da Zona Norte pelas quais o menino de seis anos passou no dia 7 de fevereiro. A caminhada reúne também outros parentes de vítimas da violência. A concentração começou às 13h na Rua João Vicente, em Oswaldo Cruz, e a previsão é que a passeata comece às 15h.

Nesta sexta-feira, quase três anos depois de perder a filha Gabriela Prado Maia, morta durante troca de tiros entre policiais e assaltantes na estação São Francisco Xavier do metrô, na Tijuca, Carlos Santiago não conteve a emoção. Empresário de classe média, ele viu no choro da diarista Edna Ezequiel, moradora do Morro dos Macacos, uma lembrança da mesma dor que sentiu. Edna teve a filha Alana, de 12 anos, morta por uma bala perdida na segunda-feira. Em frente à 20ª DP (Vila Isabel), onde prestou depoimento, ela recebeu uma flor de Carlos. Edna se emocionou bastante ao receber a flor do pai de Gabriela.

— Vim para convocar Edna para a passeata que faremos amanhã (este sábado) em homenagem ao menino João Hélio. A dor que sentimos é a mesma, moradores do asfalto ou da favela. É muito importante que estejamos unidos neste momento. O sofrimento é incansável e precisamos nos apoiar — disse Carlos.

O crime que resultou na morte de João Hélio aconteceu na noite do dia 7, em Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio. Os bandidos queriam levar o carro da família. A mãe e a irmã mais velha saíram, mas o menino ficou preso ao cinto de segurança e acabou pendurado do lado de fora. Os assaltantes arrancaram com o veículo e arrastaram o menino por quatro bairros.

Moradores da região e motoristas chegaram a gritar para que eles parassem. Mas os bandidos só abandonaram o carro sete quilômetros depois, quando já não era mais possível socorrer a criança. No dia seguinte a polícia prendeu três suspeitos de participação no crime. Denúncias anônimas ajudaram a polícia a localizar os cinco envolvidos na morte do menino. Um deles, menor de idade. Na última sexta-feira, em depoimento à polícia, o menor mudou sua versão e negou que tenha participado do crime.

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