Brasília (AE) O Planalto abandonou José Dirceu. A ausência dos ministros do governo Lula foi classificada pelo comando de apoio ao deputado como sendo a principal diferença entre a votação que levou Aldo Rebelo à presidência da Câmara e a votação de ontem no plenário. Para fazer Aldo vitorioso, os ministros trabalharam duro e no dia da votação cinco deles estava nos corredores do Congresso convencendo deputados indecisos. O coordenador político do Planalto, ministro Jaques Wagner, da Secretaria de Assuntos Institucionais, que teve papel decisivo na vitória de Aldo, sequer apareceu no Congresso. Limitou-se a telefonar para Dirceu por volta das 18h30 para desejar "boa sorte" ao ex-chefe da Casa Civil.
O maior empenho veio de onde Dirceu menos esperava. Foi vice-presidente Josá de Alencar o único a arregaçar as mangas para trabalhar com entusiasmo pela permanência de Dirceu como deputado. Ele deu telefonemas, falou com deputados durante a votação, se manteve em permanente atividade.
O apoio de Wagner e de boa parte dos ministros, ao contrário, foi protocolar. Ao receber telefonemas do núcleo da campanha contra a degola de Dirceu, eles prometiam empenho no sentido de convencer parlamentares, mas, na prática, fizeram apenas um trabalho burocrático. "Nós percebemos que eles não estavam trabalhando com a mesma vontade que eles trabalharam para o Aldo", confirmou um dos coordenadores de Dirceu. A queixa é a de que o presidente Lula não se empenhou. Ele teria criado dificuldades, já que para o governo a retirada de Dirceu poderia representar a redução na temperatura da crise.
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